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Teatro

- Publicada em 25 de Agosto de 2016 às 22:51

Apesar dos problemas, uma noite emocionante

Zorba, o grego é um romance de Nikos Kazantzakis. Em 1964, recebeu versão cinematográfica musical de Michael Cacoyannis, com interpretação central de Anthony Quinn. Pois a ex-prima ballerina brasileira Márcia Haydée, que teve extraordinária experiência internacional com o Ballet de Stuttgart, ao lado de John Cranko, atual diretora artística do Ballet de Santiago, trouxe a montagem de Zorba, o grego ao Brasil, inclusive com performance no Auditório Araújo Viana. O público se manteve simpático, mas relativamente frio, ao longo da maior parte da apresentação do conjunto, mas se descontraiu e se tornou absolutamente interativo quando a sonoridade dos sirtakis iniciou a passagem que tornou célebre ao filme, à qual, na verdade, todo o público também aguardava em relação ao balé. O próprio conjunto terminou por soltar-se e mostrou o melhor de si, comprovando que um grupo de dança internacional não deve estar apto apenas para interpretar um conjunto de obras de nacionalidade do próprio conjunto, mas deve, sim, dar vida e emoção a qualquer repertório.
Zorba, o grego é um romance de Nikos Kazantzakis. Em 1964, recebeu versão cinematográfica musical de Michael Cacoyannis, com interpretação central de Anthony Quinn. Pois a ex-prima ballerina brasileira Márcia Haydée, que teve extraordinária experiência internacional com o Ballet de Stuttgart, ao lado de John Cranko, atual diretora artística do Ballet de Santiago, trouxe a montagem de Zorba, o grego ao Brasil, inclusive com performance no Auditório Araújo Viana. O público se manteve simpático, mas relativamente frio, ao longo da maior parte da apresentação do conjunto, mas se descontraiu e se tornou absolutamente interativo quando a sonoridade dos sirtakis iniciou a passagem que tornou célebre ao filme, à qual, na verdade, todo o público também aguardava em relação ao balé. O próprio conjunto terminou por soltar-se e mostrou o melhor de si, comprovando que um grupo de dança internacional não deve estar apto apenas para interpretar um conjunto de obras de nacionalidade do próprio conjunto, mas deve, sim, dar vida e emoção a qualquer repertório.
Apresentar um conjunto de balé clássico em pleno Auditório Araújo Viana certamente foi um ato de coragem e de desafio dos responsáveis pela Opus Produções. O espetáculo, em si, deu certo. Mas a performance enfrentou obstáculos. Cerca de 10 minutos depois de iniciada a obra, com evidentes problemas por parte dos bailarinos, Márcia Haydée interrompeu o espetáculo, com microfone na mão, e, pedindo desculpas ao público, explicou que o linóleo colocado no piso do palco tornara-se escorregadio, com evidentes riscos de segurança para os intérpretes. Alguém, certamente, no afã de deixar tudo "arrumadinho", devia ter passado cera no piso. Depois de cerca de outros 15 minutos em que o linóleo foi todo lavado, escovado e seco, a peça foi reiniciada e, então sim, o espetáculo teve seu desenvolvimento pleno e os bailarinos puderam mostrar toda a sua competência. Mas seja por este motivo, seja porque o público fora em busca do aspecto folclórico da obra - e, em parte, da memória do filme - a verdade é que a obra, que é, antes de tudo, uma coreografia de dança clássica, a partir da música de Mikis Theodorakis, criada por Lorca Massine, com reposição de Anna Krzyskow, não chegou a empolgar a plateia. E se os figurinos de Jorge Gallardo eram bonitos, a cenografia, do mesmo artista, não chegava a brilhar, pois relativamente simplificada, era demasiadamente simplificada e abstrata.
Os bailarinos, e os solistas, em especial, encheram os olhos. Rodrigo Guzmán, como Zorba, é estupendo; Lucas Alarcón, como o americano John, que encontra e se apaixona por Marina, é um extraordinário bailarino e deu mostras muito especiais disso, sobretudo ao final do espetáculo, na série de bises que o conjunto concedeu ao público, como que a compensá-lo pela coragem em enfrentar o frio daquela noite. Natalia Berrios, incorporando a heroína Marina, sacrificada pela intransigência aldeã, soube personificar emocionadamente sua personagem, ao lado de Maria Dolores Salazar, como Madame Hortence, que faz o contraponto dramático com Zorba, e José Manuel Ghiso, que faz o contraponto dramático com Alarcón. Este conjunto mobilizou a atenção do público, e depois arrancou gritos, assobios e palmas absolutamente entusiasmadas, ao final do espetáculo, quando voltaram à cena para atender àqueles que haviam acorrido ao teatro para matar saudades do folclore grego, inclusive buscando uma bandeira grega, que incorporaram à cena.
Espetáculo de encher os olhos, mas - nada a ver com os chilenos - também a evidenciar falhas. Não se pode admitir que a direção do Araújo Viana pretenda proibir o público de entrar com bebida ou comida trazida de fora, sendo coagido a adquirir mantimentos exclusivamente dentro do auditório, e a preços exorbitantes. Isso é caso para o Procon que, aliás, já tem posição clara a respeito, no caso dos cinemas e que, certamente, terá a mesma posição no caso dos teatros. A Opus tem de fiscalizar isso, urgentemente, já que é situação tão mais grave quanto ocorreu num próprio municipal.
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