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Porto Alegre, segunda-feira, 29 de agosto de 2016. Atualizado �s 21h55.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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Not�cia da edi��o impressa de 30/08/2016. Alterada em 29/08 �s 17h17min

Santander Cultural abre duas novas exposi��es nesta ter�a-feira

Carlos Trevi comanda o Santander Cultural, que abre duas novas exposi��es hoje

Carlos Trevi comanda o Santander Cultural, que abre duas novas exposi��es hoje


MARCO QUINTANA/JC
Cristiano Vieira
Impossível não notar o majestoso edifício, localizado na Praça da Alfândega, um dos pontos de maior movimento de Porto Alegre. Criado em 1932 para abrigar um banco, foi transformado, em 2001, no Santander Cultural - são seis mil metros quadrados de área construída ocupados com quatro galerias de arte, biblioteca, cinema, restaurante, café e salas multiuso, além do charmoso átrio, palco para apresentações musicais e eventos.
No ano em que completa 15 anos, o Santander Cultural preparou diversas atividades, como uma mostra em homenagem a Francisco Brennand - ainda em cartaz, até 4 de setembro -; lançou um livro comemorativo; e abre, hoje à noite, às 19h, duas exposições do projeto RS Contemporâneo, vitrine para novos artistas visuais gaúchos.
Essa agenda intensa e os planos futuros indicam que o centro cultural desviou da crise que, além da economia, repercute negativamente em tradicionais irradiadores da cultura no Rio Grande do Sul (semana passada, a Fundação Iberê Camargo anunciou a abertura do prédio somente dois dias por semana; também a Bienal do Mercosul repensa sua formatação). "A crise ela existe, mas vamos ajustando algo aqui, outra coisa ali, sem nunca impactar na programação", avisa Carlos Trevi, coordenador-geral do Santander Cultural.
É o quinto ano do RS Contemporâneo, iniciativa que já recebeu trabalhos de 18 artistas, todos pouco conhecidos nas artes. Mais de 600 mil pessoas visitaram as exposições. São duas curadorias diferentes: uma da edição, formada por dois curadores e que seleciona os artistas daquele ano; e a curadoria de cada artista escolhido - neste caso, sempre é uma pessoa de fora, justamente para trazer um outro olhar. "É legal mostrar a proximidade de poéticas diferentes, como o Sul visto pelo Pará", ilustra Trevi.
De fato, nas exposições que abrem hoje se percebe isto: a mostra de Raquel Magalhães, intitulada Asfixiando um búfalo, é organizada por Ana Maria Maia, de Pernambuco, enquanto a exposição de Walesca Timmen, chamada Além do corpo, tem curadoria do mineiro Amir Brito Cadôr. A visitação para ambas segue até 2 de outubro.
O ano que vem promete novidades para o RS Contemporâneo. Ele será invertido, com foco em curadoria. "Vamos dar a chance para os curadores gaúchos desenvolverem projetos que desejarem", explica Trevi. Será uma exposição por ano, maior, e é uma maneira de identificar, conforme ele, a intelectualidade gaúcha atuante nos bastidores das artes visuais. "Boa parte das pessoas não sabe qual o papel do curador em uma exposição. É isso que queremos mudar", avisa.
Ele destaca a democratização no acesso às artes visuais - algo só possível a partir de iniciativas como exposições mais próximas da realidade local e de projetos de curadoria menos herméticos, com linguagem mais direta. "Quer coisa mais deliciosa do que ler um texto a respeito daquilo que o artista criou e entender tudo? É assim que deve ser", ressalta Trevi. "O papel das instituições culturais é aproximar o discurso, deixar a exposição mais interessante, que o visitante se sinta livre. O maior retorno que temos, aqui no Santander, é ver as pessoas livres", conta ele.
A Feira do Livro é uma enorme fonte de público. Durante o evento literário, o volume de pessoas que passam diariamente pelo Santander Cultural mais que dobra - ano passado, por exemplo, chegou a 80 mil visitantes em duas semanas. "Muitos vêm da feira e descobrem algo aqui dentro, seja o cinema, ou restaurante, as exposições", conta.
Em outubro, destaque para a programação celebrando Simões Lopes Neto. Também o Natal deve ganhar, novamente, espaço na programação de fim de ano do centro cultural, como a já tradicional árvore em frente ao prédio.
Iniciativa de Trevi há quatro anos, a celebração artística da data gerou comentários meio jocosos a respeito da novidade - afinal, Natal é arte? "Claro que é, tem história, tem cultura, é importante na vida das pessoas. A tentativa era popularizar a instituição, incentivar a entrada no prédio. Bobagem não abrir espaço para o Natal, e apostamos nele", relembra, com a sinceridade característica.
Há 10 meses morando em Porto Alegre, esse paulistano de nascimento com passagem por Pernambuco - onde coordenava a unidade de cultura que o Santander manteve por alguns anos em Recife após a compra do ABN - se diz um apaixonado pela capital gaúcha, que guarda, segundo ele, semelhanças com Recife. "São do mesmo tamanho, têm esse Centro Histórico lindo e muita cultura viva", finaliza.
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