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Empresas & Negócios

- Publicada em 09 de Agosto de 2016 às 15:09

Varejo corta vagas para enfrentar crise

 Magazine Luiza seguirá realizando aquisições por meio do próprio caixa

Magazine Luiza seguirá realizando aquisições por meio do próprio caixa


CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
A crise na economia provocou um ajuste mais acentuado no emprego do que no número de lojas entre as maiores varejistas. Isso indica, segundo consultores, que as empresas estão aproveitando o momento para buscar um aumento de produtividade do trabalhador. A intenção das companhias é estar mais enxutas quando o mercado de consumo voltar a crescer.
A crise na economia provocou um ajuste mais acentuado no emprego do que no número de lojas entre as maiores varejistas. Isso indica, segundo consultores, que as empresas estão aproveitando o momento para buscar um aumento de produtividade do trabalhador. A intenção das companhias é estar mais enxutas quando o mercado de consumo voltar a crescer.
Das 300 maiores empresas do setor, 88 reduziram o número de funcionários no ano passado em relação a 2014 e um grupo menor, formado por 31 varejistas, diminuiu o total de lojas, aponta o ranking da Sociedade Brasileira de Varejo de Consumo (SBVC). Apesar do enxugamento feito por esses dois grupos, a SBVC constatou que, juntas, as 245 companhias, que informaram dados de pessoal e lojas nos rankings de 2014 e 2015, aumentaram, em média, 5,85% o número de pontos de venda no período e tiveram um acréscimo, menor, de 1,35%, em média, no total de empregados.
Atualmente, as grandes redes varejistas estão enxugando custos, cortando funcionários e fechando lojas deficitárias, o que dificilmente fariam se o mercado estivesse favorável, o que irá tornar as empresas mais saudáveis. Afetadas pelo aperto no crédito, as lojas de eletroeletrônicos e móveis foram as que mais cortaram. Juntas, dispensaram 18.143 trabalhadores. Só a Via Varejo, dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio, respondeu por mais de 50% do corte. A companhia disse, por meio de nota, que "encerrou a operação de algumas lojas deficitárias, que causaram a redução do quadro de funcionários em aproximadamente 11 mil posições no ano passado".
Esse movimento se traduziu em aumento de produtividade. A venda por funcionário cresceu 5,82% em 2015, apesar de o faturamento da empresa ter caído cerca de 25%, descontada a inflação. O Magazine Luiza, outra grande varejista de móveis e eletrodomésticos, ampliou em quase 7% as vendas por funcionário, segundo cálculos da SBVC. O presidente da rede, Frederico Trajano, diz que não demitiu em 2015 e que optou por não repor o funcionário que saiu. Com isso, a rede reduziu em 3,5 mil o número de empregados. Apesar de 2015 ter sido difícil, com queda real de quase 20% nas vendas, o Magazine não fechou loja. "Abrir uma loja é um investimento de longo prazo. Não se pode fechar uma loja na primeira crise", disse Trajano.
Além dos cortes feitos pelas grandes redes para crescer a produtividade dos funcionários e compensar a queda na venda por causa da recessão, o emprego do varejo está ameaçado pela evolução tecnológica. Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, disse que os avanços do comércio eletrônico e das vendas por telefone podem complicar mais um cenário que já é desfavorável para o emprego no setor por conta da crise.
Entre janeiro e julho, foram homologadas na cidade de São Paulo demissões de 71.212 trabalhadores no comércio. É um número apenas 1,5% menor do que no mesmo período de 2015. No ano passado inteiro, o total foi de 117.199 homologações. Uma demissão é homologada, isto é, a rescisão do contrato de trabalho passa pelo sindicato, quando o funcionário está há mais de um ano no emprego. "Temos agora dois problemas que nos preocupam: crise e vendas pela internet", disse o presidente do sindicato.
O avanço da internet é nítido, por exemplo, nos resultados do Magazine Luiza, gigante do varejo de eletrodomésticos e móveis. As vendas on-line responderam por quase um quarto do faturamento total da companhia no segundo trimestre de 2016, que foi de R$ 2,56 bilhões.
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