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Empresas & Negócios

- Publicada em 09 de Agosto de 2016 às 12:13

Amcham defende diversidade no meio empresarial

 Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil

Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil


AMCHAM BRASIL /DIVULGAÇÃO/JC
Roberta Mello
Primeira mulher CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham) em quase um século de atuação da entidade no Brasil, Deborah Vieitas chega ao cargo para ajudar a promover mudanças no ambiente empresarial com inclusão de grupos sociais historicamente fora das posições de liderança nas empresas e a valorização da diversidade. Mãe de dois filhos, casada, Deborah diz que o apoio da família ainda é fundamental para que a mulher possa se desenvolver na carreira profissional. Porém, destaca a importância das suas antecessoras que, ao assumirem cargos de liderança, deram-lhe oportunidade e serviram de inspiração, mostrando que, sim, representatividade importa. A executiva, com mais de 20 anos de experiência no setor financeiro, alguns deles à frente da Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI), assumiu a entidade há 10 meses, em meio a um cenário político e econômico instável.
Primeira mulher CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham) em quase um século de atuação da entidade no Brasil, Deborah Vieitas chega ao cargo para ajudar a promover mudanças no ambiente empresarial com inclusão de grupos sociais historicamente fora das posições de liderança nas empresas e a valorização da diversidade. Mãe de dois filhos, casada, Deborah diz que o apoio da família ainda é fundamental para que a mulher possa se desenvolver na carreira profissional. Porém, destaca a importância das suas antecessoras que, ao assumirem cargos de liderança, deram-lhe oportunidade e serviram de inspiração, mostrando que, sim, representatividade importa. A executiva, com mais de 20 anos de experiência no setor financeiro, alguns deles à frente da Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI), assumiu a entidade há 10 meses, em meio a um cenário político e econômico instável.
JC Empresas & Negócios - Ser a primeira mulher CEO da Amcham representa avanço importante para a sua carreira. Qual a importância de ter lideranças femininas nas empresas?
Deborah Vieitas - Ter uma mulher chefiando a Amcham faz parte da evolução da própria sociedade brasileira, que demonstra querer mais diversidade. Apesar de um pouco conservador, o meio empresarial brasileiro sabe da importância disso. A presença e o incentivo de mulheres que são altas executivas das empresas foram fundamentais para eu chegar até a Amcham, que tem, entre os membros do seu conselho de administração, várias executivas de grandes companhias do País. Espero poder contribuir com a evolução da presença da mulher no mercado de trabalho em geral.
Empresas & Negócios - Você e sua equipe contam com alguma política voltada às minorias?
Deborah - Algo muito importante implementado neste ano é o Comitê de Diversidade da Amcham. Nós havíamos realizado diversos eventos para o empoderamento das mulheres e resolvemos fazer, em 2016, o primeiro Fórum da Diversidade de forma a ampliar a discussão. No próprio fórum, lançamos a Cartilha da Diversidade, feita especialmente para pequenas e médias empresas que não necessariamente sabem como incluir a questão da diversidade nos seus negócios. A cartilha está disponível gratuitamente no site e tem sido distribuída em todas as unidades da Amcham no Brasil para que a diversidade esteja mais presente nos negócios.
Empresas & Negócios - As mulheres ainda precisam conquistar mais espaço?
Deborah - As mulheres sabem como é importante incentivar e promover essa discussão no ambiente empresarial. As estatísticas mostram que, embora tenha crescido muito a presença feminina no mercado de trabalho, até hoje as mulheres enfrentam a diferença de remuneração para função semelhante, assim como temos uma participação muito pequena de mulheres em cargos executivos e em conselhos de administração.
Empresas & Negócios - A Amcham trabalha em uma linha de ação voltada à aproximação entre as esferas pública e privada. Como funciona essa relação?
Deborah - O País atravessa um momento muito difícil, tanto política quanto economicamente. Por essa razão, a Amcham lançou, em abril, o programa Mais Competitividade Brasil, um chamado para que os nossos associados reflitam sobre o que podem fazer, como empresa, para potencializar a presença brasileira em rankings internacionais. Estamos direcionando a nossa programação neste sentido, e queremos que o setor privado cuide também da competitividade da porta da empresa para dentro. Além disso, queremos apresentar sugestões e manter um diálogo com o poder público sobre como o governo pode colaborar para que as companhias brasileiras se tornem mais competitivas. Na relação entre público e privado, é preciso haver um diálogo sobre as restrições de cada uma das esferas, tentando trabalhar em esforços comuns. Por exemplo, não adianta, no contexto atual, o setor privado imaginar que o governo brasileiro tenha capacidade de incentivar a competitividade por meio de mais inversões fiscais. No entanto, se o setor privado puder apresentar sugestões de como simplificar procedimentos que afetam o comércio exterior ou o cumprimento das obrigações tributárias, é uma contribuição válida.
Empresas & Negócios - O comércio exterior e os investimentos são uma oportunidade de expansão do mercado consumidor para os brasileiros?
Deborah - As oportunidades são grandes. Comemoramos que o Brasil apresentou mais de R$ 28 bilhões de superávit comercial de janeiro a julho deste ano. Isso não acontecia desde 2006, o que demonstra que há espaço para aumentar o seu fluxo de comércio exterior, tanto de exportações quanto de importações, com diversos países. Nós mesmos pedimos à Fundação Getulio Vargas para avaliar o impacto para o País de fazer acordo de livre comércio com a União Europeia e os Estados Unidos simultaneamente e o quanto contribuiria ao nosso fluxo comercial, no período de 2016 a 2030. Esse estudo apontou que o Brasil ganharia mais de US$ 1 trilhão na sua corrente de comércio se fechasse esses dois acordos comerciais. Nós estamos dando exemplo de que o Brasil tem capacidade de ter uma participação no fluxo do comércio mundial superior à participação atual, que está em torno de 1%.
Empresas & Negócios - Uma saída seria investir em um tratado de bitributação?
Deborah - A Amcham defende a assinatura de um acordo de bitributação entre Brasil e Estados Unidos. Existem basicamente três razões pelas quais poderia ser positivo. A primeira é que permitiria uma redução das alíquotas norte-americanas de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) para empresas brasileiras localizadas naquele país, pois as alíquotas representam cerca de 30% no caso de pagamento de dividendos, ou seja, juros ou royalties. Outro ponto é que poderíamos isentar ou ter redução no imposto para usar software norte-americano. A terceira diz respeito à tributação brasileira sobre lucro de coligadas ou controladas no exterior, que poderiam ser reduzidos. Temos um projeto pronto para acordo de bitributação, mas, no momento, esse assunto não é pautado na discussão. As questões que implicam em eventuais renúncias fiscais não terão prioridade.
Empresas & Negócios - Os momentos de crise podem estimular a criatividade e a superação. Isso pode acontecer com o País?
Deborah - Estamos passando por um processo de amadurecimento da democracia muito positivo para a evolução das nossas instituições. O que esse governo transitório - que talvez se torne definitivo - tem feito é estabelecer diálogo com todos os segmentos da sociedade para a retomada do crescimento econômico. E isso só será possível se trabalharmos a questão de produtividade das empresas brasileiras, que, mesmo em comparação com a América Latina, não apresenta bons indicadores. Quando se fala em trabalhar a produtividade, estamos falando em educação, inovação e infraestrutura. Essas são questões importantes para ter um melhor ambiente de negócios.
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