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- Publicada em 14 de Julho de 2016 às 18:38

Maia indica que proporá pauta alinhada ao Planalto

Michel Temer cumprimenta Rodrigo Maia no Palácio do Planalto

Michel Temer cumprimenta Rodrigo Maia no Palácio do Planalto


EVARISTO SA/AFP/JC
Em seu primeiro dia na presidência da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) demonstrou sintonia com a agenda do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), principalmente a econômica.
Em seu primeiro dia na presidência da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) demonstrou sintonia com a agenda do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), principalmente a econômica.
O deputado falou da necessidade de estreitar o diálogo entre Executivo e Legislativo e colocou entre as prioridades a reforma política. A proposta foi apresentada pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, o primeiro a ser recebido por Maia após ser eleito.
Aécio foi um dos responsáveis pela costura que resultou no apoio do bloco PSDB, DEM, PPS e PSB à candidatura de Maia. O novo presidente da Câmara derrotou o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), do Centrão, grupo formado por 13 partidos e ligado a Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo avaliações, a eleição de Maia é considerada o fortalecimento da gestão Temer frente ao Centrão. Entre as prioridades, Maia prometeu votar a PEC do teto dos gastos públicos até o fim deste ano, proposta considerada prioritária para o ajuste fiscal.
"Esse é um tema que interessa a todos os partidos, interessa ao Brasil, ao governo e à oposição", disse. Ele afirmou que pedirá ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que acelere a tramitação da matéria. Após ser aprovado na CCJ, o projeto precisa passar por 11 sessões em comissão especial e, só então, segue para o plenário.
Sobre a reforma política, disse que, fora da pauta econômica, é "a agenda mais urgente". "O sistema político faliu e a ideia do senador Aécio Neves vem em boa hora", afirmou.
De acordo com a proposta, as coligações proporcionais estariam proibidas a partir de 2020 e a cláusula de barreira também seria retomada, dificultando a atuação política de partidos médios e pequenos já nas eleições de 2018.
À tarde, Maia visitou Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), citado por ele em seu discurso na tribuna da Câmara. Para o Planalto, a vitória de Maia é "sinônimo das boas relações com o Legislativo".
"Junto com Renan, temos a expectativa muito grande de que as duas Casas possam construir uma agenda de poucos itens, mas uma agenda com produtividade no andamento dos trabalhos no Congresso", disse Maia sobre a parceria com o governo e com o Senado.
No gabinete da presidência da Câmara, Maia também recebeu deputados de diversos partidos. Nas reuniões, fez questão de sinalizar o trabalho que pretende realizar em conjunto com o governo e com o Senado.
Do outro lado, Renan também não poupou elogios ao novo presidente da Câmara. De acordo com o peemedebista, desde a vitória de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), em 2005, ele não esteve tão satisfeito com uma eleição para o comando dos deputados.

Para ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, eleição agradou ao governo

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), afirmou, nesta quinta-feira, que a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara agradou ao governo do presidente interino Michel Temer (PMDB). "Não admitíamos apenas era não ter um presidente da base. Aconteceu com o Rodrigo, muito bom. Se tivesse acontecido com o (Rogério) Rosso (PSD-DF), muito bom", disse o ministro, após participar de almoço na Associação Brasileira de Infra-Estrutura (Abdib), em São Paulo.
Na avaliação de Padilha, a escolha do novo presidente da Câmara vai permitir que a Casa "talvez trabalhe" com mais "celeridade e ordem". O ministro ainda negou que tenha atuado junto aos deputados para influenciar no resultado da votação.
Indagado se o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que acabou ficando em terceiro na eleição da Câmara, também agradaria ao governo, Padilha respondeu: "O PMDB não deveria postular a presidência da Câmara. Temos a presidência, a presidência do Senado, teríamos que ter um sentimento de republicanismo, fazendo com que um dos nossos parceiros pudesse ter a presidência da Câmara", disse o ministro.

Moreira Franco diz que Rodrigo Maia vai pacificar a Casa da crise política

O ministro da Secretaria Executiva do Programa de Parceiras e Investimentos (PPI), Moreira Franco (PMDB), disse, nesta quinta-feira, em São Paulo, que o presidente eleito da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), será capaz de pacificar a Casa e apoiar os projetos que o presidente interino Michel Temer (PMDB) enviar à Câmara.
"Ele terá condições de virar a página dessa crise política pela qual a Câmara dos Deputados passa", disse Moreira Franco, que é sogro de Maia.
Moreira Franco participou, nesta quinta-feira, de um encontro com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O ministro falou sobre os planos do governo para a concessão de projetos de infraestrutura e escutou sugestões e críticas dos empresários.
Quanto ao relatório da Polícia Federal (PF) divulgado na quarta-feira em que aparece troca de mensagens dele com o presidente afastado da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, Moreira Franco disse ser "completamente normal", já que a empresa estava interessada na concessão do aeroporto Tancredo Neves (Confins), em Minas Gerais.
"Foi uma conversa transparente e republicana. Converso com investidores o todo tempo. Agora, estou conversando com empresas interessadas nas próximas concessões", disse Moreira Franco. Na época do leilão de aeroportos, Moreira Franco era ministro da Secretaria de Aviação Civil, que era a responsável por todo o processo.

Moro quer mais de Executivo e Congresso contra corrupção

O Executivo e o Congresso brasileiros não contribuíram para o combate à corrupção no Brasil, que tem sido conduzido pela polícia, o Ministério Público e o Poder Judiciário, disse, nesta quinta-feira, em Washington, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos casos da Operação Lava Jato. "Sua omissão é muito decepcionante", declarou o magistrado em palestra no Brazil Institute do Wilson Center.
Segundo ele, o Brasil enfrenta "corrupção sistêmica", que vai além do pagamento de propinas na Petrobras, e é fruto de fragilidades culturais e institucionais. "Vamos ser claros: o governo é o principal ator responsável por criar um ambiente político e econômico livre de corrupção sistêmica", afirmou. "É necessário que outras instituições públicas, os Poderes Executivo e Legislativo, adotem políticas públicas destinadas a prevenir e combater a corrupção. Corrupção sistêmica não é e não pode ser um problema apenas do Poder Judiciário."
Moro ressaltou que o Executivo e o Legislativo poderiam contribuir para a mudança desse cenário por meio da aprovação de leis que reforcem os mecanismos de prevenção e punição do desvio de recursos públicos. O Congresso analisa duas propostas nesse sentido, uma delas de iniciativa do Ministério Público Federal. Apesar das críticas, Moro ressaltou: a corrupção afeta decisões de investimentos e afasta empresas de contratos públicos. Em sua opinião, alguns investimentos malsucedidos da Petrobras podem ser explicados não como resultado de decisões equivocadas, mas como uma "escolha deliberada de diretores corruptos" da Petrobras. Entre esses casos, ele mencionou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006.