A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, delator da Operação Lava Jato, e o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) montaram uma planilha a quatro mãos, na qual discriminavam propinas pagas por empresas beneficiadas com investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O documento lista as empresas que pagaram suborno e o percentual para cada um dos beneficiados no esquema. Apontado como "operador" do peemedebista, o corretor Lúcio Bolonha Funaro, atualmente preso, aparece nos registros como "Maluco". Os dados sobre a contabilidade dos desvios foram apresentados por Cleto à PGR, que ofereceu denúncia contra o parlamentar, o delator e mais três pessoas por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
De acordo com a peça de acusação, ainda mantida em sigilo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Funaro era o responsável por pagar a parte de Cleto no esquema até 2012. Esses pagamentos envolveram o custeio de 300 contas do ex-vice da Caixa, incluindo despesas com gás, cartão de crédito, celular e até TV a cabo.