Ao comparar a atuação do presidente interno Michel Temer (PMDB) e Itamar Franco (PMDB, 1992-1994) - do qual foi líder do governo quando era senador - o ex-governador Pedro Simon (PMDB) defendeu que Temer valorize o Congresso Nacional sem se valer da política do "toma lá, dá cá", seguindo o exemplo do que teria feito Itamar depois do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello (na época PRN, hoje PTC).
"Antes de (o Itamar) assumir, reunimos todos os presidentes de partidos. O Itamar chegou e disse: 'não tenho legitimidade popular para assumir a presidência, pois o povo votou no Collor, não em mim. Foi porque o Congresso cassou Collor que estou aqui. Por isso, quem tem que fazer as normas para que possamos governar é o Congresso'", relembra Simon.
Ao ser perguntado se essa prática seria uma alternativa ao governo Temer, o líder do PMDB gaúcho afirmou que "o caminho seria fazer o que o Itamar fez depois (da reunião citada)". "O Itamar nunca buscou a maioria no Congresso comprando-a. O governo tem que propor um diálogo de visão política, um acordo político, e não um troca-troca. Aí o Congresso acaba vindo atrás para iniciar um digno debate", aconselhou Simon, que ainda citou o Plano Real como a mais importante medida do governo Itamar, construída a partir do diálogo entre Executivo e Legislativo.
O peemedebista gaúcho lembrou ainda que "a diferença entre o governo do presidente Temer e o do presidente Itamar é que o primeiro tem partido, o PMDB, do qual é presidente há 15 anos; o Itamar, embora tivesse sido do MDB, governou o País sem partido" (foi eleito pelo PRN).