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impeachment

- Publicada em 04 de Julho de 2016 às 18:48

Petista quer julgamento de Dilma durante Olimpíadas

Senador sugere encurtar o processo em uma semana no colegiado

Senador sugere encurtar o processo em uma semana no colegiado


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sugeriu ontem que a defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) encurte o prazo para apresentação das suas alegações finais para fazer com que o julgamento final do impeachment ocorra durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Pelo calendário atual, o julgamento ocorreria na semana seguinte.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sugeriu ontem que a defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) encurte o prazo para apresentação das suas alegações finais para fazer com que o julgamento final do impeachment ocorra durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Pelo calendário atual, o julgamento ocorreria na semana seguinte.
O senador informou que vai conversar com o ex-ministro José Eduardo Cardozo (PT), para evitar que a votação final do processo do impeachment ocorra na semana após o fim das Olimpíadas. "Vou defender internamente que a defesa abra mão de uma semana para que votemos ainda nas Olimpíadas, porque eles estão querendo é fugir aqui do impacto internacional, porque todo mundo está tratando disso que está acontecendo no Brasil como um golpe, um golpe parlamentar. A repercussão no mundo inteiro é essa. E agora eles não querem misturar com as Olimpíadas. Acho que é importante, sim, que o mundo acompanhe o que está acontecendo que é a desmoralização por conta desse processo de impeachment", afirmou Lindbergh, em discurso na tribuna.
A defesa chegou a recorrer ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o prazo de 15 dias para as alegações finais após a comissão ter reduzido essa fase a cinco dias. Pelo calendário, a defesa seria entregue no dia 27 de julho, a comissão concluiria seus trabalhos na semana seguinte, o plenário avaliaria a acusação no dia 9 e o julgamento final ocorreria a partir do dia 22, dia seguinte ao final dos Jogos.
O petista disse ainda que os senadores da comissão defendem que Dilma não compareça ao depoimento, marcado para amanhã. Eles argumentam que a presença dela daria legitimidade aos trabalhos da comissão, que eles contestam.
A presidente ainda não informou se comparecerá ou não. Caso ela não esteja presente, poderá ser representada pelo advogado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo.

Oposição defende que Dilma Rousseff não vá à comissão

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) não deve comparecer à Comissão Especial do Impeachment amanhã, quando deveria prestar depoimento. É o que reconhecem os senadores oposicionistas, que fazem a defesa de Dilma no colegiado. Na avaliação deles, porém, essa decisão é correta.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da oposição, afirmou que a comissão é "um jogo de cartas marcadas", e que a base do governo gostaria que Dilma comparecesse para usar a presença dela como forma de "legitimar" o processo - que, em sua avaliação, é de "uma ilegalidade gigantesca".
"A comissão não está tomando suas decisões em cima de critérios jurídicos. São critérios completamente políticos. Quem ela convenceria, daqueles senadores que estão ali? Ela não deve legitimar aquela comissão, que é o que eles queriam", disse.
Lindbergh também lembrou que a presidente afastada terá a oportunidade de falar no plenário do Senado. Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), nesse momento o comparecimento de Dilma será importante, mas não agora. "Acho que a comissão não é um bom ambiente para a presidente. Todo mundo diz que o placar está definido, então o que ela vai fazer lá? Na comissão é um pouco irrelevante, mas no plenário é diferente, ela tem que vir."
Senadores da base do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) relevaram a situação e disseram que o não comparecimento é um direito da presidente afastada, que deverá se manifestar através do seu advogado, José Eduardo Cardozo (PT). A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) observou que, se ele falar à comissão, o depoimento deverá ser entendido como se fosse da própria Dilma. "O representante tem uma procuração para falar em nome dela, então tem que tomar muito cuidado porque o que ele falar pode depor contra a presidente", observou.
Além disso, a senadora disse não esperar de Cardozo argumentos novos em defesa da presidente afastada, e ponderou que "a melhor estratégia da acusação é não fazer perguntas". Já o senador José Medeiros (PSD-MT) disse que a decisão não deve mudar a orientação dos trabalhos da comissão. Ele ressaltou que apenas a presidente pode explicar quais razões a levaram a decidir não comparecer, mas avaliou que ela pode ter considerado que a comissão já se decidiu. "A impressão é que ela já deve ter visto que a situação está consolidada. Como ela não conseguiu, nesse período, produzir nada que pudesse mudar o livre convencimento dos senadores, creio que já deve ter jogado a toalha. Ou pode ser temor de ser inquirida."