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Opinião

- Publicada em 20 de Julho de 2016 às 18:46

Os juros continuam altos no Brasil em recessão

O novo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, presidiu sua primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). E o que o mercado financeiro previa, aconteceu, os juros ficaram em 14,25% ao ano, ainda que seja o maior patamar em 10 anos.
O novo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, presidiu sua primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). E o que o mercado financeiro previa, aconteceu, os juros ficaram em 14,25% ao ano, ainda que seja o maior patamar em 10 anos.
Não adiantaram os clamores de empresários e algumas entidades sindicais. Houve até entusiasmo por um comunicado dos economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que pela primeira vez em muitos meses indicaram que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil será menor do que o previsto em 2016. E para surpresa de analistas locais, afirmaram que, em 2017, a nossa economia crescerá 0,5%. Ora, de pleno ouviram-se críticas, afirmando que a previsão do FMI tem um viés ideológico, pois há apenas dois meses os prognósticos eram muito ruins. De resto, é para se torcer que esta para lá de otimista guinada do Fundo venha mesmo a se confirmar, para alegria geral da nossa economia. O que todos pedem é menos juros, pois, assim, o Tesouro gastará menos do que os bilhões que paga anualmente para rolar a imensa dívida nacional, que beira os R$ 2,8 trilhões, com juros calculados sobre o Sistema Especial de Liquidação e Custódia, a popular Selic.
Nas últimas reuniões do Copom, a Selic permaneceu estável. Se não é o ideal, pelo menos os juros não subiram mais. Porém, analistas financeiros dizem que somente aumentar os juros, sem cortar os gastos federais, estaduais e municipais, de nada adianta para segurar a inflação. O processo de ajuste da política monetária, iniciado em abril de 2013, quando a taxa básica de juros estava em 7,25% ao ano, não parou mais. As reuniões do Copom têm intervalo de 45 dias, sendo realizadas em dois dias, começando em uma terça-feira e terminando na quarta-feira, para fixar a taxa média dos financiamentos diários dos títulos federais depositados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Os chefes de departamentos do BC analisaram a conjuntura doméstica sobre as variáveis macroeconômicas, com foco na avaliação das tendências de inflação. No entanto, antes de juros altos para combater a escalada dos preços, o melhor seria economizar, cortar gastos supérfluos em todos os níveis de governo. Aí os juros poderiam baixar e a inflação estaria controlada ao natural.
A pressão pela baixa é motivada pela forte recessão da economia brasileira, e a taxa de juros, mantida alta, encarece o crédito e, consequentemente, contribui para inibir o consumo das famílias e o investimento das empresas, fatores necessários para a retomada do crescimento. Muitas pessoas ficam intrigadas quando alguém cita que o mercado tem essa ou aquela percepção. Perguntam quem é, afinal, esse tal de mercado com tanta importância no nosso cotidiano e que acaba sempre nos afetando. Pois o mercado somos todos, coletivamente, e cada um de nós, com a nossa visão do que se passa. A cada dia estamos, querendo ou não, colaborando para que o mercado faça suas escolhas, opções e manifeste vontades. Mesmo que ninguém, absolutamente ninguém, disso se dê conta.
Para este ano, a mais recente previsão do mercado financeiro é de um recuo de 3,3% no Produto Interno Bruto (PIB), após uma queda de 3,8% no ano passado - a maior em 25 anos. Para 2017, a expectativa de alta de cerca de 0,5% obviamente é considerada insuficiente para reverter de forma mais forte o quadro de desemprego do País.
Mesmo assim, Ilan Goldfajn informou, no fim de junho, que buscará atingir a meta central de inflação de 4,5% em 2017 - o que pressupõe um atraso maior no processo de queda dos juros. Então, vamos aguardar.
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