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- Publicada em 25 de Julho de 2016 às 22:23

Decreto federal organiza logística de transplantes

Rapidez é importante para aproveitamento de órgãos como o coração, que dura até seis horas fora do corpo

Rapidez é importante para aproveitamento de órgãos como o coração, que dura até seis horas fora do corpo


MAURO SCHAEFER/ARQUIVO/JC
Isabella Sander
Pela primeira vez na história, os estados sabem exatamente o que fazer quando precisam de órgãos de outros locais do País para realizar transplantes. Até o início de junho, as Centrais Estaduais de Transplante dependiam dos horários de aviões comerciais para trazer os órgãos. Desde 6 de junho, porém, a situação mudou - foi publicado o Decreto Presidencial nº 8.783, que determina a disponibilização de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para atividades da Central Nacional de Transplantes (CNT). Pelo menos um avião precisa estar disponível para esse serviço.
Pela primeira vez na história, os estados sabem exatamente o que fazer quando precisam de órgãos de outros locais do País para realizar transplantes. Até o início de junho, as Centrais Estaduais de Transplante dependiam dos horários de aviões comerciais para trazer os órgãos. Desde 6 de junho, porém, a situação mudou - foi publicado o Decreto Presidencial nº 8.783, que determina a disponibilização de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para atividades da Central Nacional de Transplantes (CNT). Pelo menos um avião precisa estar disponível para esse serviço.
Segundo o coordenador da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, Cristiano Franke, após o decreto, todas as centrais estaduais receberam novas orientações de procedimento. As requisições de aviões da FAB são feitas para a sede da CNT, em Brasília, ou para o Comando Aéreo do Rio de Janeiro. "Antes, não tínhamos essa logística. Não havia uma organização central para fazer esse pedido, um caminho instituído. Então, usávamos muito a aviação comercial", explica.
O uso de aviões comerciais ocorre através de um termo de cooperação das companhias aéreas com os estados, sem custos para os cofres públicos. O problema é que esse sistema depende de a cidade para onde vai o órgão ter uma linha aérea comercial. Se não tiver, parte da viagem precisa ser feita com helicóptero da Secretaria Estadual da Saúde (SES) ou táxis aéreos pagos pelo Estado. No entanto, há alguns órgãos, como o coração e o pulmão, que não aguentam tanto tempo fora do corpo - duram de quatro a seis horas. O fígado tem validade de 10 a 12 horas fora do organismo. "Rins e córneas, por exemplo, têm durabilidade maior, então ainda priorizamos o uso de aviões comerciais", relata Franke.
De janeiro até o final de junho, 142 órgãos foram doados no Estado. O percentual de negativa das famílias dos possíveis doadores foi de 41,5% nesse período, o que está dentro da média brasileira. "Sempre trabalhamos com a intenção de melhorar esses números, pois sabemos que eles podem melhorar, mas há estados com índices de negativas muito maiores do que o nosso", defende o coordenador da Central de Transplantes do Estado.
O número de órgãos recebidos por gaúchos entre janeiro e junho deste ano é muito maior do que a quantidade de doadores no Rio Grande do Sul - foram 405 órgãos recebidos, sendo grande parte (289) rins. Esse é o órgão mais doado, mas o que possui maior fila de espera. Em junho, havia 841 pessoas no Estado aguardando por um rim.
"A pessoa com problema renal consegue sobreviver por alguns anos, mesmo que precisando fazer hemodiálise, até fazer o transplante. Então, a fila é maior", observa Franke. Por outro lado, esse é o órgão mais doado, pois pode ser extraído tanto de pessoas jovens quanto de idosos, o que não acontece com órgãos como o pulmão e o coração.
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