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- Publicada em 11 de Julho de 2016 às 21:38

Moradores são contra fechamento de escola

Local é o único da rede estadual da Capital que funciona o ano inteiro

Local é o único da rede estadual da Capital que funciona o ano inteiro


JONATHAN HECKLER/JC
Jessica Gustafson
Professores, estudantes e pais de alunos protestaram ontem contra o fechamento da Escola Estadual de Ensino Fundamental Vila Cruzeiro do Sul, localizada em uma das regiões de maior violência e vulnerabilidade social da Capital. A instituição, que funciona há 30 anos, ocupa um terreno pertencente à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), que agora cobra a devolução do espaço para ampliar a área de atividades para os internos. Para a comunidade escolar, o colégio também faz parte deste tipo de atendimento, mas na parte de prevenção da criminalidade e educação de jovens que cumpriram medidas na Fase. O local é o único da rede estadual em Porto Alegre que atende durante os 12 meses do ano, em três turnos.
Professores, estudantes e pais de alunos protestaram ontem contra o fechamento da Escola Estadual de Ensino Fundamental Vila Cruzeiro do Sul, localizada em uma das regiões de maior violência e vulnerabilidade social da Capital. A instituição, que funciona há 30 anos, ocupa um terreno pertencente à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), que agora cobra a devolução do espaço para ampliar a área de atividades para os internos. Para a comunidade escolar, o colégio também faz parte deste tipo de atendimento, mas na parte de prevenção da criminalidade e educação de jovens que cumpriram medidas na Fase. O local é o único da rede estadual em Porto Alegre que atende durante os 12 meses do ano, em três turnos.
De acordo com a diretora da instituição, Giseli Silveira Oliveira, recentemente, a 1ª Coordenadoria da Educação chamou a coordenação da escola para informar que a Fase recebeu uma verba para a reforma do prédio da escola, que será integrado ao complexo da fundação. "Eles nos informaram que teríamos que sair. Falaram que os 206 alunos seriam redistribuídos em outras escolas, assim como professores e funcionários. Nos disseram que não teriam outro espaço para realocar a escola inteira", explica. Ela ressalta que a medida prejudicará os estudantes, pois o local é frequentado por pessoas carentes. "Temos muitos alunos em distorção de série e idade, que já percorreram todos os outros colégios próximos e não se adaptaram. Alguns estão aqui há 16 anos, com 50 anos de idade. Eles avançam no tempo deles", conta.
A vice-diretora Maribel Santos relata que o terreno foi emprestado após uma parceria com a Secretaria da Segurança Pública, na época da antiga Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem). "A ideia foi de que a Febem trabalharia com o resgate e nós trabalharíamos com a prevenção. Hoje, trabalhamos com alunos que moram em Casas Lares e crianças com medidas protetivas. Gostaríamos, pelo menos, de ter um período para nos organizar e manter a identidade da nossa escola, indo para outro espaço dentro da comunidade, pois essa comunidade já perdeu demais", ressalta. Maribel destaca ainda que os professores que lecionam na escola têm formação em mediação de conflitos e estão qualificados para trabalhar com os estudantes que ali chegam.
Nascido na Vila Cruzeiro, Paulo Fernando Barbosa, de 42 anos, é um dos exemplos do que foi relatado pela diretora e pela vice-diretora. Após 15 anos de estudo, ele completou neste mês o Ensino Fundamental e está organizando sua formatura. "Eu consegui aqui. Nas outras eu não conseguiria. Para mim foi muito importante estar nesta escola e sei que ela ajuda muito a comunidade da Cruzeiro. Não quero que ela feche. Na verdade, não quero que nenhuma escola feche. Precisamos é que outras sejam abertas", diz.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Educação informou que o futuro da escola será definido nesta semana. Ainda não foi estabelecido se ela será transferida para outro prédio ou se os alunos serão divididos e encaminhados para outras instituições.
 
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