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Saúde

- Publicada em 05 de Julho de 2016 às 22:09

Óbitos pelo vírus H1N1 são mais baixos na Capital em comparação com o Estado

Segundo Ritter (e), demanda na atenção básica cresceu nos últimos anos

Segundo Ritter (e), demanda na atenção básica cresceu nos últimos anos


ELSON SEMPÉ PEDROSO/CMPA/JC
A situação para o tratamento de doenças respiratórias não é a ideal na Capital, mas já teve muitos avanços. Essa é a opinião do próprio secretário da Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter. Em relação ao Rio Grande do Sul, por exemplo, o percentual de óbitos de pessoas que tiveram o vírus H1N1 é inferior. Dos 665 casos no Estado, 50 pacientes morreram, totalizando 23% de mortes. No município, foram 211 casos e 24 mortes, uma taxa de 11%.
A situação para o tratamento de doenças respiratórias não é a ideal na Capital, mas já teve muitos avanços. Essa é a opinião do próprio secretário da Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter. Em relação ao Rio Grande do Sul, por exemplo, o percentual de óbitos de pessoas que tiveram o vírus H1N1 é inferior. Dos 665 casos no Estado, 50 pacientes morreram, totalizando 23% de mortes. No município, foram 211 casos e 24 mortes, uma taxa de 11%.
Segundo Ritter, que participou ontem de reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, a redução se deu em um contexto de aumento de 20% no número de pessoas que procuraram as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e de 15% a mais de demanda nas portas de emergências da Capital, se comparado à média registrada nos cinco últimos anos. Em parte, a procura se dá por pessoas que não moram na Capital.
"Em alguns dias, 45% das pessoas nas emergências vêm de outras cidades, muitas vezes com quadros graves, precisando de respirador, UTI, medicamentos de alta complexidade, procedimentos caros", relata. De maneira geral, os casos estão mais graves, devido aos dias mais gelados do que o comum e à antecipação climática do inverno.
Com o aumento da demanda e a existência de casos mais graves, a rotatividade nos leitos da emergência e de retaguarda foi reduzida, gerando superlotação. "Preconizamos um tempo máximo de 10 dias e houve momentos, em abril, em que chegou a 13, 14, até 15 dias de internação. Isso causa a diminuição da capacidade de absorção na porta de emergência, pois as pessoas ficam trancadas lá e não conseguem entrar porque não há vagas", destaca o secretário. O atendimento é prejudicado, ainda, pelo corte de quase 300 leitos na Capital em um ano. No restante do Rio Grande do Sul, foram outros 200.
Mesmo diante do cenário desfavorável, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a fim de enfrentar o surto de H1N1, aumentou a quantidade de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem nas emergências e capacitou profissionais para a identificação rápida da síndrome gripal e para a orientação e a conscientização da população. Na campanha de vacinação, 97% do público-alvo foi imunizado, um percentual superior à média brasileira e estadual.
Atualmente, 70% dos porto-alegrenses estão cobertos pela rede de atenção básica. "Desafogar as portas de emergência não depende exclusivamente de aumento de leitos, mas também de investir em atenção básica, atenção especializada e exames complementares. Isso diminui o número e o tempo de internações", explica Ritter.
O atendimento na atenção básica depende diretamente da existência do Programa Mais Médicos, do governo federal, e de contratação desses profissionais para as Equipes de Saúde da Família (ESFs). "Se o programa deixar de existir, passaremos, das 211 ESFs que temos hoje, para 111 a 120 equipes. O serviço de atenção básica se tornaria inviável", defende o secretário.
 

Busca por medicamentos aumentou

Um desafio pelo qual passa a Secretaria Municipal da Saúde é a gestão dos medicamentos via Sistema Único de Saúde (SUS). "Com a crise econômica, as pessoas deixaram de comprar medicamentos e passaram a buscar via farmácia popular. Entretanto, os repasses para remédios não aumentaram", observa o secretário Fernando Ritter.
Hoje, Porto Alegre consome R$ 32 milhões mensais em medicações. Contudo, o acordo tripartite envolvendo município, Estado e União prevê gasto de R$ 14 milhões, sendo R$ 7 milhões via governo federal, R$ 3,5 milhões pelo estadual e R$ 3,5 milhões pela prefeitura.
Os repasses da União e do Estado permanecem os mesmos, restando para a Secretaria da Saúde pagar o que falta, em torno de R$ 22 milhões. Entre os investimentos prejudicados pela falta de reajuste estão a reforma e a ampliação de unidades de saúde e a substituição de equipamentos antigos.