Roberta Fofonka

Do início ao fim, as ferramentas do design andam lado a lado com a inovação. Falamos com quem entende do assunto

Por que confiar no Design para melhorar o seu negócio

Roberta Fofonka

Do início ao fim, as ferramentas do design andam lado a lado com a inovação. Falamos com quem entende do assunto

Foi o tempo em que a palavra design remetia somente à forma, moda, mobília, estética. Hoje, o que muitos empreendedores têm dificuldade de enxergar é que o design está em tudo nos seus negócios – é só parar para ver quantas ferramentas de gestão e estratégia vêm dele: business model canvas, design thinking, e por aí vai.
Foi o tempo em que a palavra design remetia somente à forma, moda, mobília, estética. Hoje, o que muitos empreendedores têm dificuldade de enxergar é que o design está em tudo nos seus negócios – é só parar para ver quantas ferramentas de gestão e estratégia vêm dele: business model canvas, design thinking, e por aí vai.
Por ter na sua raiz hábitos críticos e criativos, o design serve de vetor de inovação – o AirBnb, por exemplo, foi criado por uma dupla de designers, Joe Gebbia e Brian Chesky. Um dos fundamentos básicos é ter as pessoas no centro e pensar soluções para o que elas precisam, que sejam praticáveis e acessíveis financeiramente. Alguma semelhança com o empreendedorismo?
Moisés Hansen, 30, e Matheus Pinto, 26, são suspeitos para falar. Por anos trabalhando em empresas de design industrial convencional, os dois tinham a percepção de que o produto que entregavam nem sempre fazia parte de uma solução maior. A partir desta inquietação comum, eles fundaram a Valkiria Inteligência Criativa, estúdio que cumpre o papel de colocar o espírito e expertise do design na resolução de problemas, para ir além da forma. “Inovar tem muito de entender comportamentos”, analisa Matheus. “Nunca pensei que eu iria ter que desenhar a experiência de um evento corporativo”, Moisés exemplifica.
 Valkiria Inteligência Criativa    na foto: Matheus Pinto e  Moisés Hansen, da Valkiria
O escritório funciona com mais cinco funcionários e outras 12 “inteligências associadas”, parcerias que colaboram conforme a interdisciplinaridade do projeto. A multidisciplinariedade, sustentam, é o grande trunfo do design para contribuir com as organizações.
Segundo os sócios, muitos segmentos da indústria ainda não conseguem entender esta virada, que requer uma remodelagem da lógica empresarial vigente – que olha demais para a concorrência e não para o seu próprio produto. “Muitos não conseguem diversificar o seu modelo para entender a necessidade do seu cliente, que às vezes não é o produto em si. Pode ser um serviço em torno dele, ou outra coisa”, pontua Matheus.
O que eles querem, aos poucos, é colocar a cultura do design no coração das empresas, para que estes questionamentos (e seus conflitos) estejam cada vez mais presentes no mercado. “Será que as pessoas querem as novidades que as marcas querem propor? É mais lixo no mercado ou tal produto realmente vai fazer diferença na vida das pessoas?”, exemplifica Moisés.
No entendimento dos guris, tudo o que existe hoje no mundo é “passível de ser pensado e imaginado de uma forma melhor”. Desde a roupa, o carro, os dispositivos móveis. “E se isso for feito de forma a colocar as pessoas no centro dos processos, o resultado tende a ser muito maior”, complementa Moisés. “Os apps que a gente mais usa são os que olharam para as necessidades das pessoas e viram ali uma oportunidade de inovar”, reforça Matheus.
“Antes o design era visto como o que ia deixar o produto bonito. A gente diz que o design nem faz parte da receita do bolo, e sim questiona se o bolo tem que ser feito ou não”, resume.
Roberta Fofonka

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