Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Emprego

- Publicada em 25 de Julho de 2016 às 00:10

Varejo gaúcho prevê redução de 13% na contratação de temporários

Previsão é de que somente 8% dos lojistas façam novas admissões

Previsão é de que somente 8% dos lojistas façam novas admissões


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
A queda nas vendas e o menor fluxo de consumidores nas lojas registrados nos últimos anos têm derrubado o número de vagas do varejo abertas para temporários a partir do segundo semestre. Desde 2012, a redução tem sido de 4 mil trabalhadores em média, considerando o comércio em todo o Estado. Para este ano, a previsão é de que somente 8% dos lojistas gaúchos contratem profissionais para trabalhar durante o período que antecede o Natal e se estende até o final do verão. Entre as empresas que abrirão postos temporários a partir do final de setembro, a maioria é de grande porte, segundo entidades representativas do setor. Dentre os segmentos, as lojas de confecção, calçados, brinquedos e eletroeletrônicos devem manter o investimento em apoio para as equipes durante as vendas de final de ano.
A queda nas vendas e o menor fluxo de consumidores nas lojas registrados nos últimos anos têm derrubado o número de vagas do varejo abertas para temporários a partir do segundo semestre. Desde 2012, a redução tem sido de 4 mil trabalhadores em média, considerando o comércio em todo o Estado. Para este ano, a previsão é de que somente 8% dos lojistas gaúchos contratem profissionais para trabalhar durante o período que antecede o Natal e se estende até o final do verão. Entre as empresas que abrirão postos temporários a partir do final de setembro, a maioria é de grande porte, segundo entidades representativas do setor. Dentre os segmentos, as lojas de confecção, calçados, brinquedos e eletroeletrônicos devem manter o investimento em apoio para as equipes durante as vendas de final de ano.
Comparando com 2013, o número de postos de trabalho para temporários no varejo será 13% menor. A redução vem ocorrendo há três anos. "Em 2012, tínhamos 35 mil vagas sugeridas para este tipo de contratação; no ano seguinte já houve retração, passando para 23 mil; depois, 12 mil em 2015; e, para este ano, a previsão é de que não ultrapassem 4 mil vagas em todo o Estado", estima o presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Vilson Noer. Segundo o dirigente, pesquisa realizada com lojistas de 130 entidades representadas pela AGV mostra que a tendência é que empresas de porte médio e pequenas contratem menos, para economizar gastos. "As lojas com sinais ainda frágeis de aumento de vendas e equipes ajustadas à realidade são os fatores que inibem novos empregos, e aqueles que forem criados serão na área de vendas e por grandes empresas do setor", reforça Noer. "Dá para os proprietários ajudarem na loja, sem ter que aumentar a equipe, administrando folgas e férias, e trabalhando com banco de horas", opina o diretor da loja de roupas femininas Casa Louro, Sérgio Galbinski. Ele comenta que a empresa passou a enxugar o número de funcionários há três anos.
"Como não esperamos que as vendas aumentem muito durante o período de Natal, não tem por que contratar mais gente", completa Galbinski. Segundo ele, foi-se o tempo de lojas abarrotadas de gente para as compras de final de ano. "A procura por presentes de Natal diminuiu bastante, pelo menos para o nosso segmento - talvez ainda haja espaço para vender para as crianças", pondera. A Casa Louro recentemente fechou a filial do Shopping Iguatemi, e hoje mantém uma unidade apenas no Moinhos Shopping. "Desde o ano passado, decidimos não contratar temporários no segundo semestre, até porque, quando se tem muitos colaboradores neste período, o prêmio para os funcionários fixos fica menor, o que não consideramos justo." Ganhando mais, contando o prêmio, Galbinski acredita que a equipe de trabalho fique mais motivada para vender.
Procurados pela reportagem do Jornal do Comércio, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA) e a Fecomércio afirmaram que "ainda é cedo" para ter uma estimativa sobre contratação de temporários para o final do ano. No entanto, o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, acredita que, neste ano, a abertura de vagas para o período fique entre 8% e 10% menor que em 2015. "Até o início de outubro, ainda pode mudar o cenário, porque o mercado não está mais esperando queda nas vendas. O que se considera é que vai decrescer a contratação, conforme a expectativa de crescimento para o período." Kruse destaca que o Natal pode ser um motivo para a melhoria. "Sempre tem o 13% salário, que é uma injeção de capital no mercado", considera.

Comércio sempre aposta no Natal

O presidente da AGV, Vilson Noer, lembra que, neste ano, já houve redução de mão de obra no primeiro trimestre para melhorar produtividade, "frente à situação de incerteza" da economia. Para ele, um dos motivos da desistência de se contratar durante o segundo semestre é que as demissões são muito onerosas. "As empresas preferem não contratar, porque sai muito caro depois para desligar o funcionário." Noer aponta para outro fenômeno que vem contribuindo para a queda de vagas no segundo semestre: com as vendas pela internet, diminuiu "significativamente" o público que circula pelas lojas físicas. "Tem menos gente pesquisando, hoje o consumidor faz isso pela internet, então reduziu o tráfego das pessoas nas lojas, o que dispensa uma equipe grande."
Em época de crise, quem está atrás de emprego deve aproveitar as vagas que surgirão a partir dos próximos 60 dias, sinaliza o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse. "O comércio sempre arrisca abrir postos de trabalho neste período, porque a expectativa é de incremento nas vendas", afirma o dirigente. Entre as empresas que irão apostar na contratação de temporários a partir de setembro, a Aquarelas Tintas é um exemplo, ainda que os produtos não sejam focados para vendas de Natal. O foco neste caso é o recebimento do 13º salário, quando muita gente acaba investindo em reformas na casa. "Se o desemprego recuar, certamente entra mais gente no mercado", estima Kruse.