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Economia

- Publicada em 17 de Julho de 2016 às 22:10

Bolsa volta a atrair investidores

Bisi considera importante repassar conhecimento sobre negociações

Bisi considera importante repassar conhecimento sobre negociações


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Marina Schmidt
A apatia em relação ao mercado de capitais está com os dias contados. Não só a valorização do Ibovespa, que acumula altas consecutivas, sustenta os bons ventos que, aparentemente, estão soprando a favor do investimento em ações, mas também o retorno do investidor individual que volta a direcionar recursos para esse segmento.
A apatia em relação ao mercado de capitais está com os dias contados. Não só a valorização do Ibovespa, que acumula altas consecutivas, sustenta os bons ventos que, aparentemente, estão soprando a favor do investimento em ações, mas também o retorno do investidor individual que volta a direcionar recursos para esse segmento.
As pessoas físicas desempenham um papel importante na economia brasileira e também na bolsa. São chamados de investidores de varejo, grupo que pulveriza o capital no mercado acionário e, assim, eleva o volume de negociações e o número de participantes. Em outras palavras, ajudam o País a ter um "mercado de capitais forte", explica Roberto Lee, diretor de Produtos da Clear Corretora de Valores (adquirida em 2014 pela XP Investimentos).
Tanto na Clear quanto na XP as métricas não mentem, afirma, entusiasmado: "se somarmos o número de novas contas com as de reativações, estamos retomando os níveis pré-2008, situação que ficamos anos sem ver". De acordo com dados da BM&FBovespa, o percentual de pessoas físicas investindo em ações está em queda desde 2010, quando baixou de 30,5% para 26,4%. 
Nos dois últimos anos, em 2015 e 2014, a participação desse tipo de investidor ficou estável em 13,7%. Agora, a tendência reverteu. Os dados, até 12 de julho, mostram, no acumulado do ano, 16%. "Achamos que esse percentual vai voltar a 30%", projeta Lee, otimista. "Retomaremos o nível mais alto que já atingimos", atesta, sem precisar quando. 
Em números absolutos, a bolsa chegou a 610 mil investidores pessoas físicas, em 2010. No ano passado, esse montante estava em 557 mil, e até maio deste ano havia superado 559,5 mil. Entre os operadores, essa movimentação é sentida diariamente e recebida com entusiasmo. O que está por trás do movimento ascendente dos investidores individuais é a mudança de expectativa com a economia, fato recente, mas que gera reflexos imediatos, e um dos primeiros mercados a sentir o efeito é o acionário.
O analista-chefe do Grupo L&S, Thiago Bisi, conta que há cerca de um mês a L&S Análise lançou dois serviços de informação de mercado, que demonstram como o apetite dos investidores está subindo. Sem ter feito qualquer divulgação para além de seus clientes, as plataformas informativas do grupo chegam a atrair a participação de 250 pessoas no LS Live, na qual são feitas transmissões ao vivo durante o pregão, serviço voltado aos interessados em operações de day trade e swing trade - direcionadas para investidores experientes.
Bisi passa o dia interagindo com o público, demonstrando a análise técnica que subsidia as operações. "A intenção não é apontar ações para investir, mas explicar os movimentos e levar o investidor a compreender melhor as negociações e a se responsabilizar pelas suas decisões."
O outro serviço, LS Farol, é um resumo do mercado, com orientações pontuais, sempre subsidiadas pela análise técnica. "Ficamos surpresos com o interesse do público, em tão pouco tempo. Já chegamos a ter 2 mil visualizações dos vídeos", relata Bisi. É prova de que o investidor está interessado em investir em ações, mas quer fazer o investimento de forma consistente, e está em busca de conhecimento sobre o tema.
Isso é um reflexo da maturidade dos brasileiros, aponta Lee. "As pessoas retornam com volumes menores do que aconteceu antes de 2008, quando elas foram com muita sede. Estão mais cautelosas com o tamanho do investimento, comprometendo uma fatia menor do patrimônio."
O momento, pontua, é ideal para o retorno dos investidores individuais. "Está na hora de entrar, montar preços médios e compor a carteira com calma", orienta Lee. O conselho é que não se aplique todo o recurso de uma só vez. Por exemplo, para um investidor que tem um patrimônio de R$ 10 milhões e quer aplicar R$ 1 milhão em renda variável, deve fazer esses aportes aos poucos, ao longo do tempo, em meses.  
"Vemos muitos investidores que chegam falando em debêntures, CRIs e CRAs, já sem tanto medo dessas siglas. E tem muita gente, novamente, procurando por ativos em bolsa", acrescenta Alexandre Wolwacz, sócio-fundador da L&S. A evolução dos investidores é nítida, salienta, e muito positiva para o mercado como um todo. "Vivemos um primeiro movimento de ingresso de pessoas físicas na bolsa, entre 2003 a 2008, e plantamos muitas sementes que vamos colher agora", aposta Lee.
arte página 6
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