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Mercado de Capitais

- Publicada em 12 de Julho de 2016 às 20:31

Whirlpool engrossa a fila de saída da BM&FBovespa

Neste ano, 18 operações solicitaram a retirada da bolsa paulista

Neste ano, 18 operações solicitaram a retirada da bolsa paulista


MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/JC
Com a economia retraída e sem clareza no horizonte político, o número de empresas listadas que anunciaram a intenção de sair da BMF&FBovespa continua a crescer. Ontem, foi a vez do grupo de eletrodomésticos Whirlpool - dono das marcas Brastemp e Consul - informar sobre uma oferta para adquirir a totalidade das ações em circulação de sua subsidiária brasileira, que tem baixa liquidez.
Com a economia retraída e sem clareza no horizonte político, o número de empresas listadas que anunciaram a intenção de sair da BMF&FBovespa continua a crescer. Ontem, foi a vez do grupo de eletrodomésticos Whirlpool - dono das marcas Brastemp e Consul - informar sobre uma oferta para adquirir a totalidade das ações em circulação de sua subsidiária brasileira, que tem baixa liquidez.
Entre ofertas públicas de aquisição (OPA) para cancelamento de registro já assinaladas ou em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), há 18 operações na fila de "retiradas" da bolsa. No ano passado, foram 10 ofertas - um dos maiores índices dos últimos anos.
Em 2015, nomes como a Souza Cruz, que tinha presença garantida no portfólio de muitos investidores dada sua característica defensiva, em seus quase 60 anos na bolsa, disseram adeus aos investidores.
O exemplo da Souza Cruz é parecido com a da Whirlpool do Brasil, pois ambas têm um controlador estrangeiro decidindo fechar o capital da subsidiária brasileira. "O controlador estrangeiro tem acesso a outros mercados para captações", explica o professor de finanças da Universidade de São Paulo (USP), José Roberto Savoia - no caso do grupo Whirpool, as ações estão listadas nos Estados Unidos.
Para negócios de grande porte e com forte atuação internacional, faz sentido a saída da BM&FBovespa, de acordo com José Domingos, sócio e líder da área de auditoria da Grant Thronton. "A decisão parece acertada, e esse movimento deve continuar", diz. O chefe da Valor Gestora de Recursos, William Castro Alves, ressalta que o controlador pode optar em investir em suas próprias ações por causa do baixo preço dos papéis.
Entre as razões para uma empresa decidir deixar o mercado de ações, segundo especialistas, podem figurar ainda a falta de necessidade de captar recursos, os custos para manter o capital aberto e reestruturações societárias. Na fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip, por exemplo, a última deixará o rol de empresas listadas após a união dos negócios ser aprovada pelos órgãos reguladores.
O movimento de fechamento de capital é comum e faz parte da dinâmica do mercado, assim como as aberturas. No entanto, está claro o receio de empresas em abrir o capital. O último IPO no Brasil foi a da Par Corretora, em junho do ano passado. Agora, o mercado segue na expectativa de algum movimento para outubro, sendo a IRB Brasil Re a principal candidata a acabar com a "seca" de novos entrantes na listagem da BM&FBovespa.
"O fechamento de capital, por si só, é algo natural. O problema é quando só se tem saída e não entradas, como agora", afirma Mauro Cunha, presidente da Amec, associação que representa os acionistas minoritários.
Além da recessão, que inibe novas ofertas de ações, Cunha também vê outros motivos para fechamentos de capital. Entre essas novas modalidades estão empresas em severas dificuldades e as que preferem listar seus papéis fora do País, caso da JBS (dona da marca Friboi). Neste ano, a empresa de alimentos anunciou que decidiu mudar sua sede para a Irlanda e abrir listagem também na Bolsa de Nova Iorque.
 

Dólar segue exterior e recua mesmo após ação do BC

O dólar caiu ontem, mesmo com nova ação do Banco Central (BC) no câmbio. Os juros futuros subiram, em um movimento de correção, após três quedas consecutivas; mas o CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco, ficou abaixo dos 300 pontos pela primeira vez em pouco mais de 11 meses.
A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 1,02%, a R$ 3,2746. O dólar comercial, que encerra a sessão depois da moeda à vista, recuou 0,36%, a R$ 3,2980, depois de ter atingido a mínima de R$ 3,2660.
O real se fortaleceu, mesmo após o Banco Central ter realizado leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, nesta terça-feira. Foram leiloados 10.000 contratos, no montante de US$ 500 milhões.
Após ter subido mais de 1,4% durante o dia, o Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, perdeu fôlego e terminou a sessão em alta de 0,55%, aos 54.256 pontos, pressionado pelo setor bancário. O giro financeiro foi de R$ 7,188 bilhões.
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