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Varejo

- Publicada em 12 de Julho de 2016 às 18:46

Vendas no varejo caem 1% em maio, diz IBGE

Segmento de supermercados foi o principal destaque no mês

Segmento de supermercados foi o principal destaque no mês


ANTONIO PAZ/ARQUIVO/JC
As vendas do comércio varejista em maio tiveram queda de 1% na comparação com o mês anterior, na série livre de influências sazonais (como o número de dias úteis), segundo os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o pior desempenho para o período desde o início da série histórica, em 2000. O setor havia registrado alta de 0,3% no mês anterior (dado revisado), puxado por supermercados.
As vendas do comércio varejista em maio tiveram queda de 1% na comparação com o mês anterior, na série livre de influências sazonais (como o número de dias úteis), segundo os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o pior desempenho para o período desde o início da série histórica, em 2000. O setor havia registrado alta de 0,3% no mês anterior (dado revisado), puxado por supermercados.
Em relação a maio do ano passado, a perda foi de 9%. No acumulado em 12 meses, a baixa foi de 6,5%. O resultado de maio foi impactado pelo desempenho do item outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba as lojas de departamentos, artigos esportivos e brinquedos, e teve queda de 2,4% na comparação com abril e de 15,5% em relação a maio de 2015.
Também tiveram impacto negativo as vendas de móveis e eletrodomésticos, que caíram 1,3% em relação a abril e 14,6% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. "São tipos de consumo que podem ser postergados, dadas as restrições no orçamento", afirmou a economista do IBGE Isabella Nunes, para quem o Dia das Mães teve pouca influência no desempenho da atividade em 2016.
Segundo ela, a única atividade que mostrou alguma reação à data foi a de tecidos e vestuários, que teve alta de 1,5% em relação ao mês anterior.
Na comparação anual, o segmento de supermercados e produtos alimentícios, que havia puxado o indicador para cima em abril, teve a principal contribuição negativa no resultado de maio, com queda de 5,6% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Isabella avalia que os maus resultados do comércio varejista refletem a deterioração ainda em curso no mercado de trabalho. "Os números do comércio estão reagindo a esse enfraquecimento do mercado de trabalho, principalmente", afirmou.
Embora a inflação e o encarecimento do crédito também afetem diretamente alguns setores importantes, a renda do trabalho e a perspectiva de manutenção do emprego são determinantes para a decisão de consumo das famílias, lembrou a pesquisadora.
"As vendas do varejo refletem o consumo das famílias, que dependem de crédito e renda. A gente não tem nenhum reflexo de melhora que possa ter sido captada pelos índices de confiança, porque o mercado de trabalho ainda não se recuperou", avaliou.
De acordo com Isabella, a reação do mercado de trabalho a uma possível retomada dos investimentos será lenta, e o reflexo positivo sobre as vendas no varejo ocorrerá apenas quando aumentar a ocupação e a massa salarial em circulação na economia.

Recuperação do setor vai demorar, projeta economista do SPC Brasil

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avaliou que os dados do varejo de maio e abril reforçam a visão sobre a profundidade da crise pela qual passa a economia e apontam para demora da recuperação das vendas, apesar de, na margem, haver estabilização de alguns indicadores antecedentes. Segundo o IBGE, as vendas do varejo pelo conceito restrito caíram 1% em maio ante abril, e o dado de abril foi revisado de uma alta de 0,5% para 0,3%.
"O mercado esperava uma pequena alta", disse Marcela. Ela destaca as informações que dão conta das vendas acumuladas. Pelo IBGE, as vendas caíram 9% em relação a maio do ano passado, acumulou queda de 7,3% no ano e de 6,5% em 12 meses. "Gosto de olhar os acumulados, que retiram os efeitos sazonais, mas eles também estão ruins", disse.
No varejo ampliado, que inclui as vendas de automóveis e materiais de construção, a queda foi de 0,4%. Para Marcela, é uma queda menor, mas que sucede recuos maiores nas leituras realizadas nos meses anteriores.
Segundo a economista do SPC Brasil, o varejo vai continuar negativo e deve fechar o ano em queda. "Embora a economia como um todo deva começar a se estabilizar no segundo semestre, as vendas devem continuar em queda. Só vão se estabilizar quando o mercado de trabalho começar a contratar. E o mercado de trabalho é sempre o último a reagir aos estímulos econômicos, tanto para cima como para baixo", disse. Marcela avalia que, mesmo que as vendas venham a se estabilizar, o patamar de queda é muito forte.