Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Consumo

- Publicada em 11 de Julho de 2016 às 17:16

Inadimplência tem menor alta anual desde 2011

Dívidas com telefone, TV por assinatura e internet aumentaram

Dívidas com telefone, TV por assinatura e internet aumentaram


JUSTIN SULLIVAN/AFP/JC
O contingente de pessoas que atrasaram o pagamento de suas contas cresceu 3,21% em junho comparativamente ao mesmo mês do ano passado, apurou o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Os brasileiros na faixa dos 30 anos são os que mais devem. E as contas de telefone, TV por assinatura e internet foram as que tiveram a maior alta no período.
O contingente de pessoas que atrasaram o pagamento de suas contas cresceu 3,21% em junho comparativamente ao mesmo mês do ano passado, apurou o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Os brasileiros na faixa dos 30 anos são os que mais devem. E as contas de telefone, TV por assinatura e internet foram as que tiveram a maior alta no período.
Ainda assim, na margem, a inadimplência total teve a menor expansão anual desde 2011, início da série histórica revisada da instituição. O número de negativados caiu para 59,1 milhões na passagem de maio para junho de um total de 59,25 milhões na pesquisa anterior.
O número atual de inadimplentes representa 39,76% da população com idade entre 18 e 95 anos. No semestre, mais de dois milhões de brasileiros passaram a integrar as listas de inadimplentes somente em 2016, já que, em dezembro de 2015, era contabilizado um total de 57,1 milhões de brasileiros com restrição do crédito.
O indicador não leva em consideração a região Sudeste, devido à entrada em vigor da Lei Estadual nº 15.659, conhecida como Lei do Ar, que dificulta a negativação de inadimplentes em São Paulo. Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a desaceleração do indicador não pode ser interpretada como um sinal de que os consumidores com contas em atraso estão quitando suas dívidas, mas como um reflexo do crédito mais restrito.
"Os juros elevados, a inflação corroendo o poder de compra e a perda de dinamismo do mercado de trabalho tornam os bancos e os estabelecimentos comerciais mais rigorosos e criteriosos na política de concessão de financiamentos e empréstimos, o que implica em uma menor oferta de crédito na praça. Por sua vez, essa menor oferta de crédito funciona como um limitador do crescimento da inadimplência", explica o presidente da CNDL.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, analisa que, por enquanto, é precipitado atribuir os sinais de estabilidade da inadimplência ao desempenho da economia, já que a retomada da melhora do ambiente econômico, quando vier, exigirá tempo para traduzir-se em aumento do emprego e da renda. "O freio na trajetória da inadimplência sucede um período em que o número de devedores cresceu muito rapidamente em virtude da crise econômica", disse.
O balanço do semestre, ao apontar dois milhões de novos negativados apenas neste ano, é prova disso, explica Marcela. "Agora, porém, a dificuldade de equacionar o orçamento começa a deparar-se com o limite do estoque de crédito. Desse modo, o indicador mostra certa acomodação do número de inadimplentes. Ou seja, quem está com o nome sujo não consegue recuperar crédito, mas há também menos brasileiros se endividando", explica a economista.
Repetindo comportamento de meses anteriores, a região Nordeste segue liderando a variação do número de devedores: a alta em junho foi de 5,04% na base anual de comparação. Em seguida estão as regiões Norte (2,44%) e Sul (1,60%). Na outra ponta, a região Centro-Oeste mostrou a menor alta entre as regiões pesquisadas, com crescimento de 0,81% em relação ao ano passado.
Apesar de o Nordeste ter apresentado o maior aumento de novos inadimplentes, é a região Norte que detém, proporcionalmente, a maior população de consumidores inadimplentes: são 5,32 milhões de pessoas com contas em atraso, o que representa 46,43% da população adulta desta região. O Centro-Oeste, com número absoluto de 4,73 milhões, apresenta a segunda maior proporção da população adulta em situação de inadimplência (41,93%). A região Nordeste registrou 16,31 milhões de negativados, 41,45% da população adulta. Por fim, o Sul, com um total de 8,20 milhões de consumidores negativados, apresentou a menor proporção, 37,17% da população adulta.

Atraso de pagamentos no Ensino Superior cresce em 2015 e é o maior em cinco anos

A taxa de inadimplência no Ensino Superior privado brasileiro cresceu em 2015 e atingiu seu pior resultado desde 2010. O setor registrou uma taxa de 8,8% de atrasos com mais de 90 dias.
Os dados são da pesquisa anual do Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior). Com relação a 2014, a taxa de inadimplência aumentou 12,9%.
Apesar do aumento no atraso de pagamentos no Ensino Superior, a inadimplência total das pessoas físicas no Brasil se manteve praticamente estável no mesmo período. Crise econômica e política, aumento na taxa de desemprego e reduções no número de contratos do Fies (Financiamento Estudantil) são fatores que colaboraram para o resultado.
Nos últimos cinco anos, só em 2010 a inadimplência foi maior (de 9,6%). A queda no indicador daquele ano até 2014 coincide com a explosão no número de contratos do Fies. No fim de 2014, o governo federal passou a restringir o acesso ao programa como forma de redução de gastos.
A pesquisa do Semesp mostra que as instituições de pequeno porte, com até dois mil alunos, foram as que mais sofreram com a situação. O índice de inadimplência (com mais de 90 dias de atraso) nesse grupo de instituições foi de 10,4% em 2015 (contra 9,3% em 2014).