Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria

- Publicada em 10 de Julho de 2016 às 17:39

Para a Nissan, pior da crise no País já passou

Fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, produz modelos Versa e March

Fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, produz modelos Versa e March


NISSAN/DIVULGAÇÃO/JC
A Nissan acredita que o setor automotivo brasileiro já saiu do fundo do poço, está num período de estabilização e entrará numa trajetória gradual de recuperação nos últimos seis meses de 2016. "O primeiro semestre foi de um mercado de 158 mil carros vendidos por mês na média. Para o segundo semestre, vejo um mercado de 170 mil vendidos carros por mês. É o início da recuperação", disse o presidente da empresa no Brasil, François Dossa. Baseado nesta hipótese, ele aposta que o setor voltará a crescer já em 2017, ainda que timidamente.
A Nissan acredita que o setor automotivo brasileiro já saiu do fundo do poço, está num período de estabilização e entrará numa trajetória gradual de recuperação nos últimos seis meses de 2016. "O primeiro semestre foi de um mercado de 158 mil carros vendidos por mês na média. Para o segundo semestre, vejo um mercado de 170 mil vendidos carros por mês. É o início da recuperação", disse o presidente da empresa no Brasil, François Dossa. Baseado nesta hipótese, ele aposta que o setor voltará a crescer já em 2017, ainda que timidamente.
A afirmação coincide com o discurso de outras montadoras instaladas do Brasil, que confiam que o pior da crise já passou. Mas contrasta com a avaliação de analistas que sustentam que o fundo do poço só virá na passagem de 2016 para 2017. De acordo com muitos especialistas, mesmo com a melhora das perspectivas econômicas o consumo de carros continuará esbarrando, no curto prazo, no elevado índice de desemprego e na restrição de crédito.
O executivo francês, radicado há anos no Brasil e no comando da Nissan desde janeiro de 2013, discorda. Ele entende que o País está saindo de um ciclo de retração econômica e isso será suficiente para impulsionar o mercado. Para Dossa, se o impeachment da presidente da República afastada, Dilma Rousseff, for confirmado e o governo de Michel Temer acertar na condução da política econômica, ocorrerá um efeito cascata sobre as expectativas dos consumidores. "Muita gente tem o dinheiro, mas deixou de comprar carro por causa de expectativa", afirma, explicando que há uma demanda reprimida que deverá ser destravada. "Começa com isso: tudo é uma questão de expectativa."
Segundo ele, a retomada terá início no segundo semestre deste ano, principalmente em novembro e dezembro. O período pós-impeachment e pós-eleições municipais dará o tom do que será 2017 e ajudará a amenizar o tombo em 2016 - a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta um recuo de 19% nas vendas.
Ainda segundo Dossa, em 2017 o mercado automotivo brasileiro deverá apresentar um crescimento tímido. Um possível "boom" do setor, na sua percepção, só poderia ocorrer depois das eleições presidenciais de 2018.
O ritmo de recuperação da Nissan tende a ser diferente que o do setor. A montadora japonesa está há menos tempo no Brasil - sua fábrica principal, em Resende, no Rio de Janeiro, foi inaugurada em 2004 - e por isso vive um ciclo particular de desenvolvimento. "Quando a crise começou eu estava com um turno só. Não tive o mesmo problema de alguns competidores que demitiram, que fecharam fábrica. Pelo contrário, agora vamos contratar", diz Dossa.
A empresa pretende incorporar pelo menos 600 funcionários ao quadro a partir de novembro. O objetivo é inaugurar o segundo turno de trabalho em Resende para produzir o modelo Kicks, um SUV compacto que será lançado em agosto. Por enquanto, o novo veículo está sendo fabricado no México.
Hoje, a planta de Resende já produz o March e o Versa, além de motores e componentes. O plano de negócios prevê um investimento de R$ 750 milhões no Brasil entre 2016 e 2018. "Estamos investindo, completamente na contramão. Estou apostando nesta retomada. O Brasil já foi o quarto mercado automotivo do mundo, hoje é o sétimo, mas vai recuperar a posição. Quero preparar a Nissan para esta recuperação", afirmou o executivo.
Em 2015 a montadora registrou queda nas vendas, mas elevou sua participação no mercado brasileiro para 2,47%. A expectativa de Dossa é de que, em 2016, eles tenham um crescimento de market share mais expressivo, que seja provocado por um aumento do volume de vendas. O objetivo é passar dos 3% de fatia de mercado este ano e dos 4% no ano que vem.

Clima é de confiança na retomada do setor de petróleo e gás brasileiro, segundo o IBP

Novas reuniões com membros do governo interino de Michel Temer ampliaram o clima de confiança e a sensação do setor de petróleo e gás de recuperação com mais velocidade e, inclusive, puxar a retomada do crescimento econômico, segundo o secretário-geral do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), Milton Costa Filho.
Costa Filho citou o exemplo do novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, e do novo secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix. "O próprio novo ministro (Fernando Coelho Filho) está se mostrando muito interessado na indústria, fazendo uma interlocução muito positiva. Isso cria um clima de otimismo e de confiança", disse Costa Filho, após participar de evento com representantes do Rio Convention & Visitors Bureau sobre as oportunidades criadas na área de turismo do Rio de Janeiro pelo setor de petróleo e energia.
Outro ponto considerado positivo para o futuro da indústria petrolífera foi a aprovação pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), na semana passada, da continuidade dos estudos sobre campos e blocos de petróleo e gás que poderão ser oferecidos na 14ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis). "A gente espera que venha uma rodada que possa realmente atrair investidores."
A possibilidade de aprovação na Câmara dos Deputados do projeto do então senador José Serra que retira da Petrobras a obrigatoriedade de ser operadora única dos campos do pré-sal constituirá, segundo o secretário-geral do IBP, "um sinal maravilhoso para atrair novos investidores e empresas para a nossa indústria". O IBP reivindica também que a política de conteúdo local no setor de petróleo e gás seja mais realista, de modo a beneficiar a cadeia nacional de fornecedores de produtos e serviços.
A indústria concentra sua atenção no anúncio do próximo plano de negócios da Petrobras, previsto para o final do mês. A expectativa é que a estatal vai investir menos nas áreas de refino, logística e distribuição de gás e se concentrar mais na parte de geração. A indústria aguarda ainda o anúncio de diversas medidas do governo para retomada do setor. "O clima é de confiança."
Costa Filho aposta no potencial de recuperação não só da Petrobras, mas da indústria de petróleo e gás como um todo. O Brasil é o 13º maior produtor de petróleo do mundo e o 5º maior mercado consumidor de derivados global.