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Economia

- Publicada em 06 de Julho de 2016 às 19:08

Private equity cresce 39% e atinge R$ 18,5 bilhões

Área de saúde e farmácia liderou os aportes, com 38% do total

Área de saúde e farmácia liderou os aportes, com 38% do total


JONATHAN HECKLER/JC
Os investimentos da indústria de private equity no Brasil somaram R$ 18,5 bilhões em 2015, alta de 39% e um recorde desde 2011, a despeito da turbulência política e econômica no País. O total de capital comprometido - indicador que reúne volume já investido e ainda disponível - chegou a R$ 153,2 bilhões, um salto de 20,7% em relação a 2014. Os dados são de um estudo feito pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) e a KPMG.
Os investimentos da indústria de private equity no Brasil somaram R$ 18,5 bilhões em 2015, alta de 39% e um recorde desde 2011, a despeito da turbulência política e econômica no País. O total de capital comprometido - indicador que reúne volume já investido e ainda disponível - chegou a R$ 153,2 bilhões, um salto de 20,7% em relação a 2014. Os dados são de um estudo feito pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) e a KPMG.
A apreciação do dólar ante o real impulsionou os investimentos, uma vez que reduz os preços dos ativos na moeda americana. Os investidores estrangeiros ainda têm maior presença na indústria de private equity nacional, respondendo por 57% do capital comprometido.
O capital disponível para investimentos no País soma hoje R$ 39,3 bilhões, mas o momento é de espera até que se defina o processo de impeachment, com o afastamento definitivo ou a volta da presidente Dilma Rousseff, afirma Fernando Borges, presidente da Abvcap e diretor do fundo Carlyle no Brasil e América do Sul.
O executivo reconhece que o primeiro semestre de 2016 foi de poucas operações e diz que a tendência é que o volume investido no ano seja menor. No entanto, diante do cenário de instabilidade global e baixas taxas de juros no mundo, Borges acredita que o Brasil é um destino que não pode ser descartado pelos investidores, hoje com excesso de recursos em caixa.
"O grande desafio do investidor lá fora é que tem muito dinheiro e não tem onde alocar. Não dá para descartar o Brasil", frisa Borges. Segundo a pesquisa da Abvcap e da KPMG, 88% dos investidores internacionais pretendem alocar mais recursos em private equity no Brasil nos próximos três anos. Uma das opções são companhias com problemas financeiros ou em recuperação judicial, embora Borges afirme que o ambiente regulatório para esse tipo de investimento no Brasil é hostil.
Borges classificou o momento do País de "crise política e econômica caótica", que traz volatilidade e incerteza. Também mencionou a Operação Lava Jato como um fator de estresse, mas que trará benefícios em termos de novas práticas das empresas. "O investidor deve ficar mais seguro em colocar dinheiro aqui, em um ambiente menos corrupto e com mais transparência", disse.
O presidente da Abvcap e líder de um dos maiores fundos de private equity globais elogiou a equipe econômica montada pelo presidente interino Michel Temer, cuja permanência é bem vista pelo setor. Na avaliação de Borges, uma nova mudança de governo criará um cenário conturbado e afetará a precificação de ativos. "Estamos em um momento de indecisão porque não se sabe quem será o presidente do País em agosto. O investidor desistiu do Brasil? Claro que não. Mas vamos esperar para ver o país que vamos ter", diz.
Após anos apostando suas fichas nos setores de óleo e gás, energia e logística, os fundos de private equity buscaram setores menos expostos ao governo e a efeitos das investigações de corrupção da Operação Lava Jato. A área de saúde e farmácia liderou os aportes (38%), seguida por educação. A mudança na legislação permitindo a participação direta ou indireta do capital estrangeiro em estabelecimentos de assistência à saúde no Brasil destravou investimentos no setor.
 
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