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Consumo

- Publicada em 06 de Julho de 2016 às 22:35

Febravar quer expandir tecnologia a todos lojistas

Evento com 60 estandes acontece até amanhã no BarraShoppingSul

Evento com 60 estandes acontece até amanhã no BarraShoppingSul


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O varejo precisa de inovação, isso não é uma verdade apenas para os grandes lojistas. Há espaço e alternativas de tecnologias para ajudar, também, os pequenos negócios do setor. É o que defendem os organizadores da 4ª Feira Brasileira do Varejo (Febravar), aberta ontem em Porto Alegre. "Temos um objetivo claro que é qualificar o lojista, e uma das ferramentas para isso é a inovação tecnológica", defende Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), entidade promotora da Febravar.
O varejo precisa de inovação, isso não é uma verdade apenas para os grandes lojistas. Há espaço e alternativas de tecnologias para ajudar, também, os pequenos negócios do setor. É o que defendem os organizadores da 4ª Feira Brasileira do Varejo (Febravar), aberta ontem em Porto Alegre. "Temos um objetivo claro que é qualificar o lojista, e uma das ferramentas para isso é a inovação tecnológica", defende Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), entidade promotora da Febravar.
Mesmo em meio a anos complicados para o setor, a feira tem crescido desde a sua primeira edição, em 2013. Neste ano, são 60 os estandes dispostos no BarraShoppingSul. O número poderia ter sido maior caso houvesse mais espaço, situação que faz com que a organização avalie novas sedes para as próximas edições. "A crise atrapalha porque o comerciante fica preocupado em estar no seu negócio e não entende que, quanto mais sair para se qualificar, melhor será para o próprio negócio", argumenta Kruse. A estimativa de público é de 6 mil pessoas na feira, que acontece até amanhã.
Uma das dificuldades para levar a inovação tecnológica até a ponta do varejo seria a reticência do pequeno lojista, que ainda teria a ideia de que as ferramentas são caras e restritas às grandes redes. "São os pequenos os que mais empregam, mais tributam, mas só usam tecnologia nos casos em que a legislação exige", analisa o presidente da Febravar, Ronaldo Sielichow. Ele lembra que, com softwares simples e acessíveis, o comerciante pode otimizar processos e diminuir seus custos. Kruse também acrescenta que, com um pequeno investimento, pode-se criar uma loja on-line que permita ao microempresário ganhar em escala.
Boa parte dessas alternativas está em exposição na feira. Um dos principais estandes é a Creative Store, onde a NL, de Caxias do Sul, reúne diversas soluções justamente com esse enfoque. "Trouxemos outras vezes lojas do futuro, que eram muito legais, mas de difícil aplicação. Dessa vez, optamos por trazer uma loja real, com tecnologia que pode ser usada na semana que vem já por quem quiser", comenta a gerente comercial e marketing da empresa, Grasiel Scheid Tesser.
Entre as alternativas apresentadas na loja estão desde ferramentas de controle de estoque, com custo de R$ 19,90 ao mês, até sistemas de gestão, como o Cake ERP, voltado ao controle de várias lojas por franqueadoras e redes. Para a criação de um e-commerce, há ferramentas da japonesa Rakuten, uma das maiores do segmento no mundo, a partir de R$ 99,00 mensais. "Sem gastar tanto, dá para manter o pequeno negócio com tecnologia também, quebrando esse estigma de que é só para os grandes", continua Grasiela.
Sobre o momento do varejo, o presidente do Sindilojas afirma esperar uma retomada consistente a partir de 2017. O frio, que em 2016 reapareceu no Rio Grande do Sul com força, ao contrário dos últimos anos, também ajudou os comerciantes da Capital. "Felizmente, o inverno nos ajudou e deu lastro para que o varejo consiga se manter e aguardar a retomada do consumo", analisa Kruse. O frio ajuda porque os itens vendidos na época, como casacos e cobertores, geralmente possuem valores mais elevados.

Marcas consolidadas do comércio gaúcho passaram por transformações

Paralelamente à Febravar, acontece também o Congresso Brasileiro do Varejo, que busca debater temas inerentes à atividade. Neste ano, o primeiro painel reuniu executivos de redes gaúchas para contar as histórias por trás de marcas fortes do comércio gaúcho. Em comum entre elas, a necessidade de mudanças e adaptações às variações do mercado no decorrer do tempo.
Fundada em 1967 como uma loja de madeira e ferragens, por exemplo, a rede de lojas de material de construção Tumelero cresceu após a chegada à Capital, nos anos 1970. Outra grande mudança na vida da empresa aconteceu em 2013, quando decidiu mudar o seu modelo de lojas. "Após profunda reflexão estratégica, reposicionamos o negócio em torno dos home centers, o que significou uma ruptura", contou o diretor de operações da rede, Sérgio Bandeira. Por serem lojas maiores, com linhas de produtos mais diversas, a decisão fez diminuir de 50 para 29 os pontos da rede. "A decisão foi acertada porque, hoje, mesmo com menos lojas, vendemos e temos um EBITDA melhor do que antes", comentou Bandeira.
Já a diretora do grupo Lins Ferrão, Carmen Ferrão, ressaltou a mudança feita pela empresa no posicionamento das Lojas Pompéia, em 2004. "Na época, demos sorte ou tivemos visão de entrar no fast fashion, que viraria tendência no setor", brincou Carmem. Até então, as lojas ainda eram mais parecidas com os antigos empórios, e não ligada à moda. "Ninguém nasce grande. O segredo é manter sempre o foco em conhecer o cliente", continuou a diretora do grupo que, em 2013, adquiriu também a rede de moda jovem Gang. O foco do grupo, agora, é expandir sua atuação para fora do Estado por meio de sua loja on-line.
A necessidade de diferenciação em mercados cada vez mais competitivos foi destacada também pelo diretor-presidente da Rabusch, Alcides Debus. Até então voltada à moda feminina em geral, em 2006 o grupo escolheu concentrar esforços no segmento pouco explorado de roupas executivas, abrindo mão de algumas linhas de lazer. "Tudo nasceu de um ensinamento que li e levo para a vida: se você não é líder do seu segmento, invente um segmento para você", contou Debus. A rede tem hoje 17 lojas próprias e 27 franquias no Rio Grande do Sul.