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Conjuntura Internacional

- Publicada em 04 de Julho de 2016 às 18:40

FMI prevê queda de até 4,5% do PIB britânico até 2019 após Brexit

S&P e Fitch rebaixaram nota de crédito, o que pode afetar empresas

S&P e Fitch rebaixaram nota de crédito, o que pode afetar empresas


LEON NEAL/AFP/JC
A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, estima que o Reino Unido poderá sofrer uma queda de entre 1,5% e 4,5% em seu PIB (Produto Interno Bruto) até 2019 como consequência da decisão de sair da União Europeia (UE). A comparação é com o resultado que o país teria caso permanecesse no bloco europeu.
A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, estima que o Reino Unido poderá sofrer uma queda de entre 1,5% e 4,5% em seu PIB (Produto Interno Bruto) até 2019 como consequência da decisão de sair da União Europeia (UE). A comparação é com o resultado que o país teria caso permanecesse no bloco europeu.
Em entrevista ao jornal francês "Le Monde", Lagarde ressaltou os efeitos negativos da decisão sobre a economia britânica. "De acordo com as hipóteses, o PIB britânico perderia entre 1,5% e 4,5% até o horizonte de 2019, em relação ao que teria em caso de permanência na UE", afirmou a diretora do FMI.
"A incerteza será a palavra-chave durante um certo tempo", ressaltou a diretora-gerente do FMI, que inicia hoje seu segundo mandato à frente do organismo multilateral.
Após a decisão do plebiscito realizado no dia 23 de junho de deixar a União Europeia, o Reino Unido teve suas notas de crédito rebaixadas por duas agências de classificação de risco - Standard & Poor's e Fitch -, o que deve encarecer a tomada de crédito das empresas do país.
Ela lembra que os bancos centrais e especificamente o Banco Central Europeu (BCE) aplicaram ações para retomar o crescimento, mas ao custo de medidas extremas, como no caso das taxas de juros negativas. "Nós adentramos em caminhos ainda desconhecidos", disse.
Para que a zona do euro possa responder a esses desafios e combater o crescimento do populismo, vai ser necessário que os governantes tenham "uma imensa coragem política", disse a diretora-gerente do FMI.
Lagarde deu ênfase à necessidade de medidas de proteção sociais no caso da adoção de uma política de austeridade. "A globalização não pode ter efeitos positivos somente para os 400 ou 500 milhões de pessoas que saíram da pobreza absoluta", disse, ressaltando a necessidade de desenvolver os trabalhos realizados no seio do FMI sobre impacto das desigualdades, a redução das classes médias ou os efeitos das mudanças climáticas.

Agência de risco prevê impacto concentrado no Reino Unido

O impacto do chamado Brexit provavelmente se concentrará no Reino Unido, mas terá importantes ramificações para o restante da Europa, principalmente a zona do euro. A constatção faz parte de um relatório divulgado ontem pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.
A agência calcula que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) terá efeito negativo de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) britânico em 2017 e de 1% em 2018. As estimativas consideram que o Reino Unido continuará tendo acesso ao mercado único da União Europeia em ambos os anos e que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) será bem-sucedido em manter os mercados financeiros sob controle.
No caso da zona do euro, a Standard & Poors não acredita que o processo de recuperação da região será interrompido, apesar das incertezas causadas pelo Brexit. A agência, contudo, prevê que o Brexit vai custar 0,8% ao PIB do bloco ao longo de 2017 e 2018.

Fusão da LSE com a Deutsche Börse enfrenta obstáculos

A primeira etapa para a fusão da London Stock Exchange (LSE) com a Deutsche Börse foi concluída ontem, com a aprovação dos acionistas da LSE. No entanto, obstáculos maiores ainda estão por vir, devido à decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, após o plebiscito de 23 de junho.
O enfoque agora está na Deutsche Börse, que está fazendo uma enquete para seus acionistas marcada para terminar no dia 12 de julho. O presidente da controladora da Bolsa de Frankfurt, Joachim Faber, garante que "continua recomendando a transação", mas a surpresa do Brexit gerou incerteza sobre se a fusão poderá ser completada sob os termos atuais.
No dia seguinte ao plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia, as duas bolsas divulgaram um comunicado em conjunto afirmando que continuam comprometidas com os termos negociados e com "o processo para obter as aprovações necessárias". Também foi montado um comitê para avaliar o impacto do Brexit na fusão.
Caso os acionistas da Deutsche Börse também aprovarem a fusão, outras barreiras precisarão ser superadas.
O principal regulador financeiro da Alemanha, o BaFin, se opõe aos termos do acordo que coloca a sede da nova holding em Londres. O presidente do BaFin, Felix Hufeld, disse no mês passado que "é difícil imaginar que a bolsa mais importante da zona do euro seria gerenciada numa sede fora da União Europeia. Certamente terá de haver um ajuste".
O BaFin é um dos 20 reguladores no mundo que precisa aprovar a fusão, ainda que não tenha poder de veto. Isso está nas mãos do ministério das Finanças do estado de Hesse, um dos reguladores que supervisionam a Deutsche Börse.
Mesmo assim, o tom dos britânicos é de otimismo. Questionado por um acionista sobre as aprovações relacionadas a política e antitruste, o presidente da LSE, Donald Brydon, disse estar "confiante de que vamos passar de forma satisfatória".