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Porto Alegre, ter�a-feira, 19 de julho de 2016. Atualizado �s 19h41.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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artes

Not�cia da edi��o impressa de 20/07/2016. Alterada em 19/07 �s 16h59min

Programa de performance busca promover as pr�ticas na Capital ga�cha

Galeria Pen�nsula promove resid�ncia art�stica com Elen Gruber e Carina Sehn

Galeria Pen�nsula promove resid�ncia art�stica com Elen Gruber e Carina Sehn


DENIS RODRIGUEZ/DIVULGA��O/JC
Michele Rolim
A performance ainda é um termo muito abrangente e multidisciplinar. Presente durante todo o século XX, a atividade tem origem nos movimentos artísticos de vanguarda. No Brasil, porém, o espaço no mercado de arte ainda é bem recente. No Rio Grande do Sul, por exemplo, apenas recentemente o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) passou a colecionar ações performáticas, além de objetos e outras peças relacionadas à esta modalidade artística.
Ao encontro dessa expansão começou, neste semestre, o Programa Público de Performance Península. A iniciativa, contemplada pelo Fumproarte e edital Pró-cultura RS FAC, busca acolher, promover e difundir as práticas performativas contemporâneas através de residências artísticas e de um grupo de estudos permanente.
"A performance não tem definição e conceitualização precisa. Ainda bem! No entanto, isso faz com que muitos produtores, agitadores culturais e de editais não a compreendam e a marginalizem. Até hoje não temos um edital específico de performance no Brasil. É uma luta de um grupo atuante desde os anos 1990", diz Andressa Cantergiani, artista e gestora da Galeria Península.
Apesar disso, o pontapé inicial foi dado no Estado. O projeto começou com a residência artística das performers Carina Sehn (RS) e Elen Gruber (SP). Os registros da dupla estão em exposição, até o dia 3 de agosto, na Galeria Península (Rua dos Andradas, 351). São vídeoperformances, objetos e instalação.
Carina dedica-se ao trabalho e pesquisa com o corpo no seu viés artístico e de saúde. "A minha ação parte do que eu gostaria de fazer com o meu corpo", diz Carina, que antes de ser performer era atriz. Recentemente ela apresentou a performance In[penetrável], dentro do Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre. Na residência, fez a ação Estado atual do corpo e, ao lado de Elen, Trabalho 1 e Trabalho 2.
Já Elen investiga questões relacionadas à força, à ambição e à resiliência do sujeito. Trabalha na conclusão da série Os 12 trabalhos, conjunto de ações performáticas que consistem em tarefas de enfrentamento de forças da natureza, tendo como referência o mito de Hércules. Na Capital, ela apresentou o trabalho Fórmula Procrustes. "Meu trabalho parte de uma imagem para depois virar ação", afirma Elen.
Durante 15 dias, as artistas conviveram criativamente produzindo, pesquisando e experimentando nos seus corpos o tema "trabalho" e seus atravessamentos. Parte desta criação, inclusive, se deu inteiramente no Museu do Trabalho (próximo à galeria). "A ideia da residência é o encontro entre os artistas que geram performances e outros desdobramentos que provém das performances, como vídeos, instalação, fotos, objetos, textos...", explica Andressa.
Para a gestora, Porto Alegre tem uma cena emergente bem intensa de performance. "Acho que estamos em um bom momento, com as artes visuais, nos últimos cinco anos, reconhecendo de novo as ocorrências múltiplas da performance. Isso ajuda a consolidação, tanto dos artistas quanto das práticas", explica Andressa, que tem esse projeto há quase 10 anos, mas somente com a criação da galeria conseguiu realizar um programa continuado.
A segunda residência acontecerá entre 15 e 28 de agosto, com os artistas Daniel Chávez (La Pocha Nostra/México-EUA), Dani d'Emilia (La Pocha Nostra/México-Espanha) e Violeta Luna (ex-La Pocha Nostra-EUA), além de 10 artistas que serão selecionados por convocatória pública. Inscrições em pppp.art.br.
Em setembro, o programa recebe Marion Velasco (RS), Liana Padilha (RJ) e Bruno Mendonça (SP) - também terá a colaboração de Lucia Koch, que criará a luz para a performance. Além disso, as artistas Carla Borba (RS) e Rubiane Maia (ES) participam entre outubro e dezembro.
Para Andressa, apesar de existir uma cena intensa de performance, ainda assim é ela é praticada em grupos separados de outras atividades, como artes visuais, da dança, das artes cênicas. "Na península, nos interessamos pelas múltiplas formas, acredito que esse programa possa juntar esses pequenos grupos que não se comunicam entre si. Mais: que possa existir uma troca efetiva", finaliza ela, que também pretende realizar uma ação performática dentro do projeto.
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