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Porto Alegre, segunda-feira, 18 de julho de 2016. Atualizado �s 19h05.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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CINEMA

Not�cia da edi��o impressa de 19/07/2016. Alterada em 18/07 �s 18h11min

Filme reflete sobre vida e a imagem de James Dean

Dane DeHaan interpreta o personagem-t�tulo em Life - um retrato de James Dean

Dane DeHaan interpreta o personagem-t�tulo em Life - um retrato de James Dean


PARIS FILMES/DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
James Dean tem um lugar na história do cinema não só por sua competência, mas pelo fim trágico, em pleno estrelato. O ator de Juventude transviada faleceu aos 24 anos, antes mesmo da estreia deste filme, enquanto ainda colhia os frutos de Vidas amargas, produção com a qual despontou. Pela mística que se formou ao redor do artista, alçado ao status de ícone de uma geração, a cinebiografia Life - um retrato de James Dean pode ser decepcionante para os desavisados: há pouquíssimo glamour no recorte do diretor Anton Corbijn. Com estreia na próxima quinta-feira, o longa-metragem destaca as nuances de um peixe fora d'água.
Para começar, o filme conta com dois protagonistas. Um deles é o próprio personagem-título, interpretado pelo ótimo Dane DeHaan (de O lugar onde tudo termina). O outro, Dennis Stock (Robert Pattinson, de Cosmópolis), o fotógrafo que registrou as mais conhecidas fotos de Dean fora dos sets de filmagem.
A produção segue a linha que os realizadores têm adotado para levar às telonas biografias nos últimos anos. Em vez de uma compilação com importantes episódios da vida do personagem em questão, destaca-se um momento específico - para a partir dele sintetizar os sentimentos, conflitos e visão de mundo do homenageado.
O roteiro de Luke Davies enfatiza o astro em meio à divulgação de Vidas amargas. Dennis Stock vislumbra o iminente sucesso do ator e tenta fazer um ensaio para a revista que também empresta título ao longa. Ao mesmo tempo, fotografar o artista acaba sendo uma tarefa difícil - pois o rapaz é um tanto avesso ao sistema como Hollywood opera.
Com essa composição, monta-se um panorama onde os dois lados da mesma moeda são apresentados. A ambição tem seu preço, e as ações e anseios das partes da dupla dialogam com tal máxima. Em um panorama onde renúncias e obrigações ficam lado a lado, o longa-metragem evidencia as fragilidades de pessoas que estão em desordem.
Muito devido ao peso histórico da figura de James Dean, mas também pelo talento de Dane DeHaan, a balança pende para um lado. De poucos sorrisos e voz abafada, como quem fala para dentro, este protagonista representa um mistério que se desfaz pouco a pouco. Mesmo que o roteiro não aborde vários aspectos de sua curta trajetória, o título se sai bem ao colocar em quadro um ser humano e não um mito. O Dean de Dane DeHaan é um jovem relutante porque consegue antecipar muito do que envolve o estrelato - que o obriga a alguns tipos de escapismo.
Já o homem interpretado por Robert Pattinson enfrenta um caminho de erros e acertos. Apenas um pouco mais velho do que seu interlocutor, já teve um filho, serviu na Marinha e passou por um divórcio - mas ainda tateia em busca do melhor de si. "Não sou um daqueles gorilas do tapete vermelho", ressalta ele em certo momento, demonstrando insatisfação com a fase que vive.
Diretor também de Control, sobre Ian Curtis, da banda Joy Division, o holandês Anton Corbijn tem um passado curioso. Ele próprio fotografou inúmeros artistas - como Bob Dylan e U2, além de também realizar videoclipes. Nesse sentido, o cineasta só deve ter lamentado que o orçamento da obra não foi o suficiente para a reprodução ideal da época. Os bastidores do célebre retrato em que Jimmy (como era chamado pelos amigos) caminha pela Times Square, por exemplo, destoam levemente de outras sequências da narrativa.
Desvios à parte, em Life é a reflexão sobre vida e imagem que denota um aprendizado mútuo para os protagonistas. E, com destreza, a própria escalação dos atores ressalta um sub-texto. Pattinson, galã da blockbuster saga Crepúsculo, talvez pudesse ser cogitado para interpretar James Dean, mas ficou com o papel do homem por trás das lentes. Afinal o que importa não é a beleza, o talento ou a capacidade de agradar e agregar. O que importa é o que cada um decide fazer com os atributos que tem ou persegue.
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