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JC Logística

- Publicada em 25 de Julho de 2016 às 17:32

Em crise, Brasil quer atrair investimento chinês

Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho (RO), seria um dos alvos potenciais para os asiáticos

Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho (RO), seria um dos alvos potenciais para os asiáticos


AVENER PRADO/FOLHAPRESS/JC
Uma forte onda de investimentos de companhias chinesas no Brasil é esperada para os próximos meses, sobretudo em infraestrutura e commodities. Para o leilão de transmissão de energia, previsto para setembro, os grupos chineses e outras multinacionais - que já atuam aqui e novas - foram convidados para participar, segundo fontes. O desmonte de ativos da Eletrobras, como a venda das subsidiárias Eletrosul e Celg, é considerado atraente.
Uma forte onda de investimentos de companhias chinesas no Brasil é esperada para os próximos meses, sobretudo em infraestrutura e commodities. Para o leilão de transmissão de energia, previsto para setembro, os grupos chineses e outras multinacionais - que já atuam aqui e novas - foram convidados para participar, segundo fontes. O desmonte de ativos da Eletrobras, como a venda das subsidiárias Eletrosul e Celg, é considerado atraente.
Os ativos estão sendo oferecidos a diversos investidores, chineses ou não. Também estão à venda importantes negócios do setor, como a hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, que tem entre os sócios o grupo Odebrecht, a participação da Light na Renova, ativos da Abengoa e Duke Energy, dizem fontes. As empresas não comentam.
A State Grid e sua conterrânea China Three Gorges (CTG), ambas estatais, são apontadas como compradoras de vários ativos no Brasil. A CTG foi a última a aportar por aqui. Chegou em 2013 e comprou participação em várias hidrelétricas e, nos últimos meses, arrematou as Usinas Jupiá e a Ilha Solteira, da Cesp.
Nas últimas semanas, representantes da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China fizeram um "road show" em território chinês para atrair novos investidores. "Há grupos que ainda não têm investimentos no Brasil e que estão sendo apresentados aos diversos negócios à venda (de infraestrutura ao agronegócio)", disse Charles Tang, presidente da entidade, que está na China nessa comissão e deve voltar no início de agosto.
Entre 2010 e 2015, os investidores chineses colocaram entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões no País, segundo Roberto Dumas Damas, professor de economia chinesa do Insper. "Estão nessa conta investimentos diretos e em empresas", afirma. "Os chineses buscam negócios, principalmente, em recursos naturais e commodities."
Segundo Damas, o total de aporte poderá aumentar, considerando a recessão econômica e as investigações em curso da Operação Lava Jato, que apura corrupção em contratos da Petrobras. "Têm vários ativos da Lava Jato à venda, e o Brasil está barato. É uma combinação perfeita", avalia o professor do Insper.
Tang estima que os potenciais aportes de empresas chinesas no País podem chegar a US$ 70 bilhões - considerando os investimentos já feitos desde 2010. Para Rodrigo Zeidan, da Fundação Dom Cabral, os investidores chineses olham o Brasil no longo prazo. "Eles consideram o Brasil como um importante player para fazer frente à dominação dos EUA."
Após a crise financeira global de 2008, países asiáticos que apostavam nos EUA e na Europa começaram a buscar oportunidades em países emergentes. No Brasil, os chineses têm mirado especialmente o setor de infraestrutura. Além da aquisição de empresas de energia, já demonstraram interesses em projetos de ferrovias, a exemplo da Bioceânica - uma estrada de ferro que ligaria os litorais do Peru e do Brasil, a um custo de R$ 40 bilhões.
Para os chineses, seria um empreendimento que facilitaria o transporte de grãos do Centro-Oeste para a China. "Eles estão comprando tudo", afirma Luiz Fernando Loene Vianna, presidente da Copel - sócia da State Grid em três linhas de transmissão, num total de 2.572 quilômetros. "Eles são muito sérios nas obrigações e nos aportes que precisam fazer."
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