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JC Logística

- Publicada em 13 de Julho de 2016 às 21:56

Ninguém segura o Uber

Se tivesse sido lançado há pelo menos 20 anos, o Uber provavelmente teria sido uma das grandes invenções do século XX. Como é mais recente (fundado em 2009, nos Estados Unidos) e concorre com tantas novidades lançadas quase que diariamente, pode-se citar como um dos destaques da década 2010, sem que isso diminua a sua originalidade e relevante contribuição para a quebra de mais um paradigma da sociedade contemporânea.
Se tivesse sido lançado há pelo menos 20 anos, o Uber provavelmente teria sido uma das grandes invenções do século XX. Como é mais recente (fundado em 2009, nos Estados Unidos) e concorre com tantas novidades lançadas quase que diariamente, pode-se citar como um dos destaques da década 2010, sem que isso diminua a sua originalidade e relevante contribuição para a quebra de mais um paradigma da sociedade contemporânea.
O modelo de negócio é disruptivo, apesar de bastante simples: um aplicativo de smartphone que cobra 25% sobre o valor de cada transação para conectar prestadores de serviço de transporte particular a usuários que possuam cartão de crédito e demandam deslocamento em grandes metrópoles, ávidos por experimentar um nível de serviço diferenciado a um preço justo.
O cenário tem contribuído em vários fatores para o seu sucesso: o transporte metropolitano nos grandes centros é caótico; não há abertura de novas concessões para táxis regulares; a qualidade dos veículos e a postura dos taxistas não condizem com a expectativa dos usuários; a possibilidade de pagar os deslocamentos diários de uma vez só (na fatura do cartão de crédito); as tarifas dos táxis convencionais não são acessíveis e a crise econômica acentua a busca por alternativas mais competitivas.
Para os motoristas, o Uber aparece como uma interessante fonte de renda (ou atividade complementar), enquanto a crise não dá sinais de fim, o desemprego aumenta mês a mês a as oportunidades de recolocação estão cada vez mais escassas. Apesar dos rígidos critérios para se tornar um Uber, as barreiras de entrada e de saída podem ser consideradas baixas.
Em contrapartida, os taxistas do mundo inteiro têm fomentado uma relação de antagonismo com quem oferece este tipo de serviço, alegando concorrência desleal, entre outros fatores. Mas os episódios de violência contra Ubers têm aumentado a rejeição aos táxis, fazendo até da polêmica mais um fator de aderência de usuários ao novo serviço.
A postura da empresa para com seus associados (os motoristas não são empregados do Uber) é digna de primeiro mundo: reembolsa os danos materiais e avarias provocadas por taxistas; no envolvimento com alguma polêmica por conta do aplicativo que impossibilite o motorista de prestar serviço, paga honorários proporcionalmente baseados na média dos seus rendimentos recentes; propicia suporte jurídico gratuito para as possíveis questões legais.
Tendo por base o conceito de liberalismo econômico, entende-se que a concorrência entre os dois tipos de serviço é saudável e que há espaço para ambos coexistirem. Na prática, quem está há mais tempo no mercado quer, a todo custo, neutralizar os avanços do novo entrante. Quando na verdade, deveria se preocupar em aprimorar aquilo que oferece aos usuários, para assim aumentar a sua competitividade.
As tentativas de regularizar o Uber e a possibilidade de incidência de tributos sobre o serviço podem comprometer a sua continuidade e tornam incerta a sua longevidade.
Contudo, fica evidente o mérito do Uber de identificar uma lacuna até então não preenchida e oferecer à sociedade um serviço inovador, enfraquecendo em muito a atuação dos seus concorrentes.
Professor de pós-graduação do Iergs
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