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Câmara dos Deputados

- Publicada em 22 de Junho de 2016 às 17:58

Planalto evitaria racha na sucessão de Cunha

Conjuntura indica que poderá haver mais de cinco nomes na disputa

Conjuntura indica que poderá haver mais de cinco nomes na disputa


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Com a iminência de serem lançadas várias candidaturas para disputar um possível "mandato tampão" da presidência da Câmara, parte das lideranças da base aliada vê, como única alternativa para se evitar um "racha irreversível", a participação da cúpula do Palácio do Planalto na escolha de um nome.
Com a iminência de serem lançadas várias candidaturas para disputar um possível "mandato tampão" da presidência da Câmara, parte das lideranças da base aliada vê, como única alternativa para se evitar um "racha irreversível", a participação da cúpula do Palácio do Planalto na escolha de um nome.
Apesar do posicionamento público de que não pode haver interferência do Executivo numa possível disputa no Legislativo, a sinalização de que poderá haver mais de cinco nomes na briga é vista por representantes da base aliada como um elemento que irá gerar instabilidade à governabilidade do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), na Casa.
"O presidente Temer precisa, neste início conturbado de governo, trabalhar pela união da base dele", afirmou o líder do PSD, Rogério Rosso (DF). Ele é um dos cotados para serem indicados ao comando da Câmara caso o presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixe o cargo.
"Não me preparei para isso, vejo neste momento perfis mais experientes para essa função", esquivou-se o deputado em conversa com a reportagem, realizada no Salão Verde, diante da galeria dos presidentes da Câmara. "Olha aí na parede a exceção do Severino Cavalcanti, todos os presidentes da Casa eram afinados com o presidente da República", ressaltou, sinalizando apoiar a participação do Palácio na escolha do sucessor de Cunha.
Integrante do chamado "Centrão" (composto por PSD, PR, PP e PTB), o líder do PR, Aelton Freitas (MG), vê como "natural" a interferência do Palácio na disputa pelo comando da Casa. "Eu acho que, quando o Eduardo Cunha descer da cadeira, o Palácio entra. Até lá, o governo não vai interferir. Mas depois é natural que entre. Todo Executivo quer ter um Legislativo ao lado, para a manutenção da governabilidade", considerou o deputado.
O partido irá apoiar o nome do atual segundo vice-presidente da Câmara, Giacobo (PR-PR), em caso de eleições para a presidência da Casa. Outro deputado dentro da bancada que também demonstrou interesse na disputa é Milton Monte (SP). Uma reunião da Executiva Nacional do PR, prevista para esta sexta-feira, deverá tratar do tema. "Vou conversar com o Milton hoje e amanhã. Não pode ter mais de um candidato, senão implode a bancada e a base", ressaltou Freitas.
Outro que não vê como um problema a possibilidade de o governo entrar na disputa pelo comando da Câmara é o líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB). "O Palácio tem que entrar. Não pode ter vários candidatos. Temos que ter unidade, senão vamos ter problemas", considerou.
Próximo a Michel Temer, o líder do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP), é um dos poucos a considerar que não deve haver, neste momento, uma participação direta do governo nas discussões sobre a sucessão de Cunha. "Acho que uma interferência do Palácio na Casa não é necessária. E não é momento", ressaltou. Ele, porém, adota o mesmo discurso de que é preciso encontrar um consenso na escolha do próximo presidente para que a disputa não gere problemas de governabilidade. "Acho que o mais importante, se houver essa disputa pela sucessão, é que ela ocorra de maneira harmoniosa. Acho que essa disputa não é boa para o Parlamento. Precisamos garantir a estabilidade da Casa para que possamos votar os projetos que são importantes para o País", defendeu o peemedebista.
Apesar de ser considerado como "fundamental" por parte dos líderes da base para a definição para um possível mandato tampão da presidência da Câmara, o Palácio do Planalto ainda tem se esquivado de tratar o tema. Interlocutores do presidente interino Michel Temer têm fugido das discussões enquanto Cunha permanece na cadeira.

Renan pede ajuda dos parlamentares

O presidente do Senado, Renan Calheiros, reforçou em plenário, nesta quarta-feira, a necessidade de indicação, pelos líderes, dos nomes para completar os integrantes da Comissão de Desenvolvimento Nacional (CDN). As atividades do colegiado estão prejudicadas pelo fato de que somente dois dos seus integrantes não fazem parte também da Comissão Especial do Impeachment (CEI).
Renan convocou os senadores que serão indicados a ajudarem nos trabalhos da chamada Agenda Brasil (conjunto de medidas propostas pela Presidência do Senado para alavancar o crescimento do País) e cobrou também a colaboração da Câmara dos Deputados, ao lamentar a dificuldade de tramitação naquela Casa das matérias votadas com prioridade no Senado. "É chegado o momento de nós construirmos novamente uma pauta consensual, de interesse do Brasil, com a participação das bancadas de modo a priorizar essa pauta", ressaltou.