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Política

- Publicada em 01 de Junho de 2016 às 21:45

Defesa de Dilma inclui gravações de Machado

Cardozo alega que pedaladas foram apenas pano de fundo para processo

Cardozo alega que pedaladas foram apenas pano de fundo para processo


WILSON DIAS/ABR/JC
O ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), protocolou, na noite de ontem, a defesa prévia da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment em tramitação no Senado. Dentre os argumentos apresentados, ele alega que as gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado mostram que houve a "intenção visível" de retirar a petista do cargo para barrar as investigações da Operação Lava Jato.
O ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), protocolou, na noite de ontem, a defesa prévia da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment em tramitação no Senado. Dentre os argumentos apresentados, ele alega que as gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado mostram que houve a "intenção visível" de retirar a petista do cargo para barrar as investigações da Operação Lava Jato.
"Continuamos na linha de mostrar a inexistência dos crimes de responsabilidade, aduzindo outros argumentos técnicos e outras ponderações. Sobre as gravações, que todos vocês viram, em várias dessas falas fica claro que o impeachment ocorreu não porque há crimes mas porque havia uma preocupação de vários segmentos da classe política com o desenrolar das investigações da operação Lava Jato", disse.
"Fica visível, portanto, que o impeachment teve um forte componente de articulação em decorrência de que o governo não interveio em nada nas investigações da Lava Jato. Isso fica claro e reforça a nossa tese de que houve desvio de poder no processo", completou.
No processo de impeachment, Dilma é acusada de editar decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar verba de bancos federais em programas do Tesouro, as "pedaladas fiscais". A defesa, porém, argumenta que tais crimes foram usados apenas como pano de fundo para viabilizar o processo.
O documento, de 372 páginas, pede à Comissão Especial do Impeachment que requeira junto ao Supremo Tribunal Federal o compartilhamento da delação premiada de Sérgio Machado, bem como as gravações produzidas por ele que flagraram conversas em que caciques do PMDB falaram em articular um "pacto" para viabilizar o impeachment.
O documento foi protocolado junto à Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Senado, porque o secretário-geral, Luiz Fernando Bandeira, ocupa a função de escrivão do processo.
A defesa de Dilma arrolou ainda o nome de 50 testemunhas para depor ao longo do processo. Cardozo também criticou o calendário estabelecido pela comissão, que aponta o dia 2 de agosto como a data para a votação final do caso.
"Nunca vi processo punitivo com prazo para acabar. Não temos interesse em procrastinar mas não se pode ter prazo. É uma violação do direito de defesa", disse Cardozo.
 
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