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Opinião

- Publicada em 24 de Junho de 2016 às 18:20

Uma nova Europa sem repetir erros do passado

Os britânicos decidiram não continuar na União Europeia - o tão falado Brexit. Para aumentar o suspense, o Reino Unido ficou praticamente dividido entre os favoráveis e os contrários à ruptura. Embora tenha causado calafrios no mercado financeiro, a saída do Reino Unido pode ser um bom negócio para o Brasil, mas no longo prazo.
Os britânicos decidiram não continuar na União Europeia - o tão falado Brexit. Para aumentar o suspense, o Reino Unido ficou praticamente dividido entre os favoráveis e os contrários à ruptura. Embora tenha causado calafrios no mercado financeiro, a saída do Reino Unido pode ser um bom negócio para o Brasil, mas no longo prazo.
Atualmente, a Grã-Bretanha sofre com as limitações impostas pela União Europeia para fechar acordos bilaterais. É a mesma dificuldade que o Brasil enfrenta em relação ao Mercosul. Seria o momento certo para que o Brasil se aproximasse: com o governo interino de Michel Temer (PMDB), pois a política externa do País está voltando a focar acordos comerciais com os países desenvolvidos.
Está mais do que evidente que o Brasil não será o único país interessado em se aproximar do Reino Unido. Não dá para esquecer que são 53 nações e territórios integrando a Commonwealth, organização política que reúne as ex-colônias britânicas.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, entre janeiro e maio, o saldo comercial acumulado do Brasil com o Reino Unido foi de quase US$ 112 milhões. Ao contrário do que costumamos ver com outros países, soja, minério de ferro e carnes não são o carro-chefe das exportações para a terra da rainha Elizabeth. O que mais vendemos é ouro, com 29% de participação na receita. Não é à toa que as empresas que mais exportam para lá são as unidades brasileiras da sul-africana AngloGold; a canadense Kinross Gold; e a Serra Grande Mineração, controlada pela Kinross.
A saída do Reino Unido da União Europeia não será indolor para a economia global, aí incluindo o Brasil. Agora, a tendência é que o euro se enfraqueça, o que mudará muito o fluxo comercial em todo o planeta.
Porém, mesmo fora da zona do Euro, o Reino Unido faz parte do tripé que sustenta a União Europeia, ao lado da França e da Alemanha, afirmam especialistas em comércio mundial.
No entanto, nem tudo é motivo de otimismo. Se, no médio e longo prazos, o Brasil poderia se beneficiar com o aumento das relações comerciais, no curto prazo, seria chacoalhado pelo mesmo nervosismo que está afetando outros países. O Banco da Inglaterra alertou que sair do bloco de 28 países causará danos a todos. O aumento dos prêmios de risco para a concessão de créditos aos governos e empresas britânicas e europeias é algo certo, segundo especialistas, com o chamado Brexit tendo vencido.
É claro que a saída do Reino Unido atrapalhará os esforços de retomada da economia europeia, que ainda se ressente da crise econômica global que eclodiu em 2008, na esteira do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos. Desde então, os governos europeus injetaram rios de dinheiro na economia, a fim de conter a recessão. As economias mais fracas, como a grega e a espanhola, chegaram à beira da moratória e foram socorridas pelos países mais sólidos, como Alemanha, França e a própria Inglaterra.
Agora, os ingleses podem fazer falta no momento em que a Europa ainda patina, a China desacelera e os Estados Unidos ensaiam novas altas da taxa de juros. Tudo isso, somado aos milhares de refugiados do Oriente Médio e da África, que desembarcam diariamente, após atravessarem o Mediterrâneo. Desta maneira, é improvável que as relações comerciais entre britânicos, europeus e brasileiros passem ilesas por isso. Então, parece mesmo que o que a saída do Reino Unidos pode dar ao Brasil com uma mão, talvez tire com a outra. Só o futuro confirmará essa teoria.
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