A mudança começa em nós

O cenário brasileiro atual é um dos mais desafiadores da nossa história. Corrupção, desmandos, déficit fiscal absurdo, desemprego e economia se esfarelando. Enquanto isso, nossas lideranças permanecem empenhadíssimas em preservar seus cargos e de seus apadrinhados. O senso de coletividade e espírito público se foi pelo ralo, deixando a percepção de que os políticos lutam apenas pela manutenção de seus espaços, fortemente ameaçados na República dos áudios e das delações premiadas.

Onde foram parar os homens públicos que se colocavam acima dessas questões mundanas? Que fim levaram as lideranças que conduziam seus povos de forma sábia, fazendo crescer a esperança em um futuro melhor, mesmo que o presente seja de obstáculos? Que motivos nos levaram a esse quadro estão na perda gradativa, ao longo de muitos anos, dos valores que uma pessoa, uma família e o próprio País devem ter. Fomos perdendo isso tudo pelo caminho, sempre procurando uma forma de driblar daqui e dali, usando a cultura do "jeitinho", e até nos vangloriando disso para o resto do mundo.

Nosso modelo político foi sendo adaptado muito mais aos interesses de partidos e de pessoas, deixando a sociedade de lado. Sociedade essa, aliás, que também tem sua parcela de responsabilidade, seja por eleger quem não merece, seja por não se interessar pelos temas coletivos. Somente nos atentamos quando a conta chega à nossa porta, como agora, com desemprego, inflação e outros problemas de ordem prática. O combate à corrupção que está em curso, com maior destaque para a Lava Jato, é louvável. No entanto, de nada adiantará todo esse esforço se não fizermos aquela mudança que nos leva para o caminho da honestidade, da ética, da retidão e dos verdadeiros compromissos que um cidadão deve ter, como todos os brasileiros. Como maçons que somos, temos o dever de pregar e praticar tais valores, promovendo a tão necessária mudança para termos um País melhor.