Ana Emilia fez palestra sobre criatividade aplicada � vida real durante edi��o do CreativeMornings POA Ana Emilia fez palestra sobre criatividade aplicada � vida real durante edi��o do CreativeMornings POA Foto: FREDY VIEIRA/JC

� preciso confiar nas microrrevolu��es, diz Ana Em�lia Cardoso

Em julho, a jornalista lan�a o livro "A mam�e � rock", com cr�nicas sobre a maternidade

O caminho de Ana Emília Cardoso, 38 anos, é pautado por dinamismo. Jornalista de Curitiba e mestre em Sociologia Política, já passou por rádio, hoje trabalha com pesquisa de consumo e não se imagina tendo um emprego fixo. Mãe de duas filhas, em 2009 ela iniciou o blog Casa de Anita, sobre feminismo e maternidade. Na mesma sintonia, mais tarde, juntou-se ao portal Casa da Mãe Joanna, onde contribui principalmente com podcasts. Em julho, a multiprofissional lança o livro A mamãe é rock, com crônicas sobre a maternidade da "vida real", editado pela Belas Letras. O livro dialoga com a publicação do marido, o comunicador Marcos Piangers, que em 2015 lançou O papai é pop. Ao participar do CreativeMornings POA, conversamos sobre sua trajetória.
GeraçãoE - Como você levou o feminismo aos blogs?
Ana Emília Cardoso - Tu só consegues criar e fazer alguma coisa diferente se tu respeitas o teu desconforto. O meu lampejo feminista de perceber o que me incomodava na sociedade e que eu precisava fazer alguma coisa veio disso. Respeitar o sentimento próprio de não concordar. Este ano acho que foi o mais feliz dos últimos tempos. O feminismo veio à tona, virou assunto.
GE - Por que trazer "as coisas como são" na maternidade?
Ana - Em 2012, criei um blog que chamava-se Quem pariu que embale, que tinha várias colaboradoras. Eu acho que as mães agora estão tendo essa abertura para falar. Quando nasceu minha primeira filha, nem se falava em depressão pós-parto. Imagine: além da extrema responsabilidade que tu tens que assumir de um minuto para o outro, quando tu passas por um parto, que é um procedimento supercomplexo hormonalmente, tens como ser a pessoa mais feliz do mundo no dia seguinte? Até tem. Mas essa não pode ser a regra.
GE - Então, como trazer esta consciência para o dia a dia e o trabalho?
Ana - Acredito nas microrrevoluções. Ser a chata do grupo do WhatsApp quando vem aquela piadinha machista. Eu sou esta pessoa. De certa forma, já colhi vários frutos destas microrrevoluções. A minha filha mais velha está com 11 anos, e eu sempre levei ela para os trabalhos comigo quando precisei, quando não tinha com quem deixar. Quando o pai dela lançou o livro, ela foi na televisão, e falou sobre os banheiros masculinos não terem fraldário e isso ser um absurdo. E isso nunca saiu da minha boca, entende? É fruto das coisas que ela vê e convive.
GE - Como vês as diferenças de gênero no mercado?
Ana - Um exemplo bem claro: uma mulher com 30 anos, que tem filho, no mercado de trabalho, é vista como uma pessoa que vai faltar, porque a criança pode ficar doente, que no final da tarde vai estar desesperada para sair para buscar na escola. Um homem, na mesma situação, é visto como o cara responsável, pai de família, ele é o cara. É muito injusto.
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