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Publicada em 10 de Junho de 2016 às 11:19

Feevale coloca o design a serviço da inclusão

Na Feevale, projeto de almofada para cadeirantes previne úlceras de pressão

Na Feevale, projeto de almofada para cadeirantes previne úlceras de pressão

FEEVALE/DIVULGAÇÃO/JC
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De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem, no mundo, cerca de 650 milhões de pessoas com deficiência e 80% delas vivem em países em desenvolvimento. Em 2010, segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possuía 45,6 milhões de pessoas com deficiência, ou seja, 23,9% da população, dos quais 13,3% declararam ter mobilidade reduzida, o que representa 6,95% do total da população.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem, no mundo, cerca de 650 milhões de pessoas com deficiência e 80% delas vivem em países em desenvolvimento. Em 2010, segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possuía 45,6 milhões de pessoas com deficiência, ou seja, 23,9% da população, dos quais 13,3% declararam ter mobilidade reduzida, o que representa 6,95% do total da população.
Entre os usuários de cadeiras de rodas, além das dificuldades de infraestrutura, um problema é tão grave que pode causar a morte: as úlceras de pressão, feridas diretamente responsáveis pela morte de 7% a 8% dos cadeirantes. A posição sentada, que muitos precisam adotar em torno de 18 horas por dia, faz com que cerca de 75% do peso do seu corpo esteja apoiado em uma área relativamente pequena - as tuberosidades isquiáticas, que são compostas por dois ossos de forma arredondada, que ficam na bacia e se assemelham a uma pirâmide invertida. A constante compressão, agravada pelo fato de que muitos não possuem sensibilidade para sentir desconforto e, assim, mudarem de posição, pode acarretar as úlceras de pressão.
Para isso, existem almofadas especiais - a maioria importadas - que auxiliam os usuários de cadeiras de rodas, reduzindo o impacto da pressão. No entanto, o custo é muito alto e a manutenção é difícil. Na Universidade Feevale, o design universal e a tecnologia assistiva serviram de base para que Bruna Henkel Ferro, do curso de Design, desenvolvesse um projeto de almofada mais barata, confortável e efetiva na prevenção das úlceras de pressão. A pesquisa teve início durante seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), "Reprojeto de almofada para cadeirantes a fim de prevenir úlceras de pressão a baixo custo", orientado pela coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Jacinta Renner. A estudante, que agora é mestranda do curso da Feevale, criou um produto viável, cuja patente foi registrada em 2015 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A pesquisa teve fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
Na pesquisa, foram consultados em torno de 20 cadeirantes, usuários da Associação dos Lesados Medulares do RS (Leme), com sede em Novo Hamburgo, que falaram de suas necessidades e das dificuldades com o uso de almofadas comuns. "O diferencial do trabalho é que pudemos ouvir os cadeirantes, pois o mercado tem a tendência de não consultar o usuário. A partir das queixas dos voluntários, de suas frustações e de seus sentimentos, puderam ser feitas adaptações no projeto, o que resultou em um produto feito por e para eles, que funciona para todas as pessoas e cuja metodologia pode, futuramente, ser aplicada em outros produtos, como colchões e qualquer tipo de assento estofado, por exemplo", comenta Bruna.

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