Os indicadores de confiança empresarial, divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), sugerem que o pior ficou para trás na percepção sobre a atividade econômica, sobretudo por causa da mudança no governo federal. O fato de a alta da confiança ter sido puxada pelas expectativas para o futuro e de ter havido uma aceleração em maio e junho sugerem a associação da percepção dos empresários com o afastamento da presidente Dilma Rousseff e a nomeação do vice-presidente Michel Temer como presidente interino, pontuou o consultor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) e analista da Sondagem de Serviços, Silvio Sales.
A FGV informou que o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 1,9 ponto em junho ante maio, para 72,4 pontos. Com isso, o indicador subiu 1,6 ponto no segundo trimestre ante o primeiro. "Muito provavelmente isso tem a ver com a mudança no cenário político, abrindo possibilidade para melhorias na situação econômica", disse Sales.
O fato de a alta na confiança ser puxada pelas expectativas explica também a razão de a melhoria na percepção estar ocorrendo em setores diferentes, como indústria, serviços e comércio.
Mesmo com desemprego alto e renda em queda, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) da FGV subiu 2,8 pontos na passagem de maio para junho, para 73,7 pontos, maior nível desde maio de 2015.