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Mercado de Capitais

- Publicada em 27 de Junho de 2016 às 20:30

S&P e Fitch rebaixam Reino Unido após Brexit

Rating foi afetado pelo resultado do plebiscito da semana passada

Rating foi afetado pelo resultado do plebiscito da semana passada


JUSTIN TALLIS/AFP/JC
As agências de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) e Fitch rebaixaram ontem o rating do Reino Unido depois de a população decidir em referendo, na semana passada, deixar a União Europeia (UE) - conhecida como Brexit. Além disso, com o resultado, o mercado de ações perdeu só na sexta-feira US$ 2 trilhões (R$ 6,7 trilhões) - o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
As agências de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) e Fitch rebaixaram ontem o rating do Reino Unido depois de a população decidir em referendo, na semana passada, deixar a União Europeia (UE) - conhecida como Brexit. Além disso, com o resultado, o mercado de ações perdeu só na sexta-feira US$ 2 trilhões (R$ 6,7 trilhões) - o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Apenas na sexta-feira, a queda nos valores de ações em Londres, Paris, Frankfurt e na Ásia somou valor superior a todo o PIB brasileiro de 2015 ou R$ 5,9 trilhões. Segundo a S&P, as perdas superaram as causadas no dia seguinte à quebra do Lehman Brothers em 2008 e à Segunda-feira Negra de 1987.
A S&P rebaixou a classificação de risco da segunda maior economia da Europa, passando de AAA para AA. A agência ainda manteve a perspectiva negativa, o que pode elevar os custos para que o Tesouro britânico ou as empresas do país tenham acesso a créditos externos.
Na avaliação dos analistas, o Brexit "vai enfraquecer a previsibilidade, a estabilidade e a efetividade do cenário político no país, afetar a economia e o crescimento do PIB, bem como seu equilíbrio fiscal e externo". A saída da União Europeia pode ainda levar a uma "deterioração do desempenho econômico, incluindo de uma grande parte do setor de serviços financeiros". Para a S&P, a opção pela saída da UE deve ainda desencadear uma crise constitucional, com Escócia e Irlanda do Norte fazendo um plebiscito sobre sua independência.
Ontem, a Fitch também rebaixou o rating de probabilidade de inadimplência do emissor de longo prazo em moedas estrangeira e local do Reino Unido de AA para AA. A perspectiva é negativa. Em comunicado, a agência afirma que a decisão do país de deixar a UE terá impacto negativo sobre sua economia, finanças públicas e política. "A Fitch acredita que a incerteza após o resultado do referendo vai induzir a uma abrupta desaceleração no crescimento do PIB no curto prazo, com as empresas adiando investimentos e considerando mudanças no ambiente legal e regulatório."
Ontem, as bolsas voltaram a fechar em forte baixa e, para analistas, o pânico inicial ainda não foi totalmente absorvido. A moeda britânica atingiu seu menor valor em 31 anos, num patamar de US$ 1,3151. Já os papéis do Tesouro de Londres atingiram uma baixa recorde. As ações de empresas aéreas, empresas de construção e bancos foram os mais afetados. O Royal Bank of Scotland chegou a perder 22%, ante uma queda de 21% nas ações da Easyjet. O FTSE 250 Index, em Londres, chegou a perder 6%, após queda de 7% na sexta-feira.

Ibovespa fecha em baixa de 1,72% e dólar sobe 0,42%

A Bovespa chegou a ensaiar uma discreta alta na manhã de ontem, mas sucumbiu diante da aversão ao risco no mercado internacional e fechou em queda de 1,72%, com o Índice Bovespa em 49.245 pontos. A queda acompanhou o movimento negativo das bolsas na Europa e nos Estados Unidos, em meio às dúvidas sobre até que ponto a saída do Reino Unido da União Europeia vai interferir no ritmo da economia global.
A baixa do Ibovespa foi puxada principalmente pelas ações do setor bancário, sintonizadas com seus pares internacionais: Bradesco PN (-3,95%), Itaú Unibanco (-3,35%) e Santander Unit (-2,39%) entre os principais destaques.
As ações da Petrobras também foram destaque de baixa, ao acompanhar a desvalorização dos preços do petróleo nas bolsas de Nova Iorque (-2,75%) e Londres (-2,58%). Ao final do pregão, Petrobras ON teve perda de 5,51% e Petrobras PN, de 5,08%. Já a alta de 3,5% do minério de ferro no mercado à vista chinês não foi suficiente para sustentar as ações da Vale em alta. Os papéis terminaram o dia em queda de 2,70% (ON) e de 1,72% (PNA). Entre as ações que compõem o Ibovespa, as maiores altas do dia ficaram com Cosan ON ( 2,27%), Raia Drogasil ON ( 2,05%) e BB Seguridade ON ( 1,95%).
As preocupações em torno da saída do Reino Unido da União Europeia mantiveram a alta do dólar ante o real ontem. O dólar à vista no balcão fechou aos R$ 3,3918, em alta de 0,42%, com alta do volume total de negócios, para US$ 2,734 bilhões, ante US$ 1,667 bilhão na última sexta-feira. No mercado futuro, o dólar para julho encerrou em alta, de 0,50%, aos R$ 3,3970.
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