O preço de referência do leite no Rio Grande do Sul, em junho, deve atingir R$ 1,1255 o litro, conforme cálculo feito pela Câmara Técnica do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite (Conseleite). A previsão, que indica aumento de 8,79% em relação ao consolidado de maio (R$ 1,0346), foi apresentada ontem, após análise das primeiras movimentações do mercado no início deste mês. Nos últimos três meses, a alta acumulada é de 13,84%. Segundo o professor Eduardo Belisário Finamore, da Universidade de Passo Fundo (UPF), os produtos que puxaram a alta em junho foram o leite UHT (13,28%), o queijo mussarela (11,29%) e o queijo prato (6,01%).
O reajuste é justificado pela redução na produção estadual decorrente de uma entressafra severa motivada por condições climáticas adversas no Rio Grande do Sul. A previsão é de que a produção já estivesse em patamares maiores nessa época do ano, o que não aconteceu. "A produção de leite no campo não está reagindo como se esperava e está mais lenta do que em anos anteriores", frisou o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Alexandre Guerra.
Além disso, outro fator que impactou nos preços foi o frio severo registrado em diversos estados do País nos últimos dias, que, ao elevar o consumo em tempos de baixa produção, colabora com novos reajustes. O descarte de animais e o abandono da atividade por alguns criadores são pontuados pelos produtores como agravantes do cenário.
O presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, diz que gostaria de trabalhar com um cenário de estabilidade, mas prevê que o preço do leite deva seguir curva ascendente nos próximos dois meses. Já o presidente do Sindilat acredita que a tendência do preço do leite UHT para julho deve ser de manutenção dos valores ao consumidor uma vez que, novos reajustes, poderiam impactar negativamente nos hábitos de consumo das famílias.