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Porto Alegre, quinta-feira, 30 de junho de 2016. Atualizado �s 08h11.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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rock

Not�cia da edi��o impressa de 29/06/2016. Alterada em 28/06 �s 17h00min

Tit�s se apresentam no Opini�o, em Porto Alegre

Tit�s se apresentam em Porto Alegre na sexta-feira

Tit�s se apresentam em Porto Alegre na sexta-feira


SILMARA CIUFFA /DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
Um dos maiores representantes da era de ouro do rock brasileiro, os Titãs vivem uma nova fase de reconhecimento. Após Sacos plásticos (2009) gerar controvérsia - recebeu um Grammy Latino, mas também críticas negativas -, o agora quarteto voltou a chamar atenção com Nheengatu (2014), um disco cru, político e pesado.
A recepção foi tão boa que Paulo Miklos (voz e guitarra), Branco Mello (vocais e baixo), Sérgio Britto (voz, teclado e baixo) e Tony Bellotto (guitarra) seguem se dedicando ao registro: em 2015, lançaram um CD e DVD ao vivo, e agora retornam a Porto Alegre para colher mais alguns frutos. A banda sobe ao palco do Opinião (José do Patrocínio, 834) na sexta-feira, a partir das 21h. Disponíveis on-line pelo site www.minhaentrada.com.br, os ingressos podem ser encontrados também nas lojas Youcom. Tíquetes têm valores entre R$ 60,00 e R$ 180,00.
Apontado pela rádio 89 FM como o melhor álbum de rock nacional dos últimos 20 anos, Nheengatu é quase um estranho dentro da discografia mainstream contemporânea. Em um tempo em que se aposta em efeitos de guitarras e sintetizadores e se volta a falar em sonoridades psicodélicas, os paulistas dedicam-se a canções cruas e diretas.
"Somos essenciais, oriundos da velha escola punk", resume Bellotto, que escuta seus colegas cantarem sobre temas que vão de abuso de poder até pedofilia, racismo e violência contra a mulher. Conforme Paulo Miklos, as faixas tratam dos assuntos mais sensíveis no desenvolvimento da sociedade brasileira contemporânea. "Nossa civilidade, ética e moral estão nas letras", cita.
E, mesmo que no álbum haja posicionamento sobre tópicos diversos, a trupe afirma que não há unanimidade na banda em relação ao cenário político brasileiro. "Isto também reflete a situação do País, a sociedade está dividida. De qualquer forma, a situação é de caos e de reconstrução, acho que nisso todos concordamos", expõe o guitarrista.
Se o contexto político chama atenção pela incerteza, o mesmo pode ser dito sobre outro elemento presente no cotidiano do quarteto paulista: o rock, e como ele atinge os ouvintes. De acordo com Bellotto, o período de "baixa" - uma vez que o gênero perdeu espaço na mídia para outras vertentes musicais - é positivo. "Isso permite que nós ousemos mais. O Nheengatu é uma prova", ressalta ele, revelando-se surpreso por um disco deste teor conquistar uma receptividade tão boa por parte dos fãs e crítica.
A imprensa, por exemplo, destacou uma série de elogios ao trabalho atual dos músicos, trazendo à tona comparações com os clássicos Cabeça dinossauro (1986) e Titanomaquia (1993). E, segundo ele, o público que acompanha os Titãs também aprovou o resultado. "Paradoxalmente, apesar de distante da grande mídia, o rock brasileiro tem produzido grandes discos", comenta Bellotto.
Das faixas presentes no registro de estúdio, Fardado, República dos bananas e Quem são os animais também aparecem em Nheengatu ao vivo e devem estar no setlist neste fim de semana. Outro destaque do álbum mais recente é Cadáver sobre cadáver, escrita em parceria com o ex-titã Arnaldo Antunes e inspirada na música indígena.
Se os músicos repetirem o modelo de setlist do show gravado, quando não desprezaram o passado, os gaúchos também terão a oportunidade de ouvir clássicos. Preferidas como Bichos escrotos, Polícia, Sonífera ilha ou Jesus não tem dentes no país dos banguelas são exemplos do mix que costuma aparecer no repertório dos veteranos.
Apesar de a agenda da banda incluir mais apresentações marcadas. Bellotto antecipa que o grupo já tem algumas ideias em debate para futuros planos e direções. Entretanto, para os fãs conferirem se Nheengatu foi o pontapé inicial de um novo ciclo de glórias, ainda deve demorar um pouco. "Não há nada definido. Vamos ver o que pode acontecer", despista o músico.
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