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JC Logística

- Publicada em 30 de Junho de 2016 às 21:08

Brasil não se beneficia com novo canal do Panamá

Cosco Shipping Panama, carregado com 14 mil contêineres de 20 pés, foi primeiro a usar travessia ampliada

Cosco Shipping Panama, carregado com 14 mil contêineres de 20 pés, foi primeiro a usar travessia ampliada


JOHAN ORDONEZ/AFP/JC
A abertura do novo canal do Panamá - considerada uma revolução no transporte mundial devido ao aumento da capacidade de carga por navios - começou a funcionar após um longo atraso nas obras, mas não beneficiará o Brasil de imediato. Além da redução das cargas por causa da crise econômica, o Brasil enfrenta dificuldades para receber em seus portos os navios de grande porte que poderão passar pelo novo canal.
A abertura do novo canal do Panamá - considerada uma revolução no transporte mundial devido ao aumento da capacidade de carga por navios - começou a funcionar após um longo atraso nas obras, mas não beneficiará o Brasil de imediato. Além da redução das cargas por causa da crise econômica, o Brasil enfrenta dificuldades para receber em seus portos os navios de grande porte que poderão passar pelo novo canal.
Construída nos últimos sete anos ao custo de US$ 5,2 bilhões, a nova passagem aumenta a capacidade do comércio entre o Atlântico e o Pacífico, o que tende a reduzir os preços de frete, barateando o custo dos produtos. No canal construído há pouco mais de 100 anos podiam passar navios com capacidade para transportar no máximo 6.000 contêineres de 20 pés. Agora, os chamados new panamax, embarcações com capacidade para transportar até 14 mil contêineres de 20 pés, poderão cruzar o novo canal.
Os principais portos brasileiros não têm capacidade para receber os new panamax, que precisam de 15 metros de calado (profundidade de operação) para utilizar toda a capacidade de carga. Quase todos os portos do País operam abaixo disso. No mês passado, o porto de Santos, o maior do Brasil, por onde passa um de cada três contêineres no País, teve que reduzir sua capacidade e perdeu entre 0,9 metro e 0,5 metro de calado.
Segundo a Codesp, que administra o porto, o contrato de dragagem venceu. Agora, na maré baixa, apenas navios com até 11,2 metros podem passar. A Codesp informou que "irá elaborar, em conjunto com a Capitania dos Portos, um plano para a realização da dragagem 'cirúrgica' (exclusivamente nos pontos de assoreamento que determinaram a redução)".
Antonio Domingos, presidente regional da Maersk Line, maior operadora do mundo de navios de contêineres, diz que o País está sem rotas para a Ásia que passem pelo Panamá no momento. Esse caminho pode reduzir a viagem em até três dias. De acordo com ele, no atual momento da economia não há carga para transportar que justifique a rota, mas o País precisa melhorar seus portos para não perder competitividade quando voltar a ter maior capacidade de comércio exterior. O Cosco Shipping Panama, uma embarcação chinesa da classe new panamax, com 48,25 metros de altura, 299,98 metros de comprimento e capacidade para transportar até 9,4 mil contêineres foi o primeiro a fazer a nova travessia.
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