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JC Logística

- Publicada em 08 de Junho de 2016 às 21:35

Crise tira navios de cruzeiro do litoral do País

Caribe, China e Austrália atraem armadoras que buscam alternativas à queda de poder aquisitivo brasileiro

Caribe, China e Austrália atraem armadoras que buscam alternativas à queda de poder aquisitivo brasileiro


JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP/JC
A temporada de cruzeiros no litoral brasileiro vai encolher no próximo verão. Terá apenas cinco navios - incluindo um que virá ao País, mas com saídas de Buenos Aires - contra 10 no ano passado, com um total de 250 mil leitos. Das quatro operadoras marítimas que atuavam em águas brasileiras, ficaram Costa e MSC. A Royal Caribbean e a Pullmantur, que integram o mesmo grupo, levaram seus transatlânticos para portos de maior demanda. Para ampliar a oferta no Brasil, a CVC negocia o fretamento de um navio.
A temporada de cruzeiros no litoral brasileiro vai encolher no próximo verão. Terá apenas cinco navios - incluindo um que virá ao País, mas com saídas de Buenos Aires - contra 10 no ano passado, com um total de 250 mil leitos. Das quatro operadoras marítimas que atuavam em águas brasileiras, ficaram Costa e MSC. A Royal Caribbean e a Pullmantur, que integram o mesmo grupo, levaram seus transatlânticos para portos de maior demanda. Para ampliar a oferta no Brasil, a CVC negocia o fretamento de um navio.
"A operação no Brasil custa de 30% a 40% mais do que em portos do Caribe e da China. São custos portuários, de combustível, praticagem, alimentos e bebidas, impostos e infraestrutura, que tiram a competitividade de nossos portos", explica Marco Ferraz, presidente da Clia Abremar, que reúne as empresas de cruzeiros. "As coisas se agravaram com a crise, que também freou a demanda."  
Como no caso das companhias aéreas, a desvalorização do real onera a operação dos cruzeiros no País. "A maioria dos custos, como leasing, manutenção, combustível e salários, é em dólar. Os custos portuários são em reais, mas são caros e vêm sofrendo reajustes iguais ou maiores que a inflação. Enquanto isso, as tarifas estão praticamente congeladas", afirma Ferraz. 
Na temporada 2010/2011, 20 navios operaram no litoral do Brasil, levando para navegar perto de 800 mil passageiros. No mundo, a estimativa é fechar 2016 com 24 milhões de cruzeiristas, conta Ferraz. A China já bate 52 navios neste ano, continua ele; e a Austrália, 36. Um terço da oferta de navios no mundo está concentrado no Caribe. 
"A nova classe média do Brasil representou um boom para o setor. Mas o custo para operar está alto, e a infraestrutura é ruim", diz Edmar Bull, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). "Estamos tratando do assunto em Brasília. Enquanto não houver melhoria nos portos e nas tarifas, as armadoras não voltarão."
A Costa terá dois navios, mas a capacidade foi reduzida de 53 mil para 38,7 mil passageiros, explica Renê Hermann, diretor da companhia para a América do Sul. "Caiu o volume de passageiros, e tivemos de transformar a tarifa em reais." O Brasil chegou perto de um milhão de passageiros e, agora, está perdendo esse mercado. Neste ano, a Costa passou de três para quatro navios na China. Em 2017, terá mais um, e há outros dois em fabricação para reforçar a operação chinesa.
O Costa Pacifica, que terá saídas do Rio, tem roteiros a partir de R$ 2.709,00 por pessoa, na semana de Natal, em viagem de sete noites, passando por Ilhabela, Montevidéu e Buenos Aires. Com a MSC, não é diferente. A armadora investiu 200 milhões na modernização e ampliação de quatro de seus navios, que seguirão para Cuba, Europa, Sul da África e China. Aqui, a empresa terá duas embarcações, mais uma com roteiros que partem de Buenos Aires e vêm à costa brasileira.
Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC, conta que a operadora negocia fretar um navio para reforçar a oferta no verão. "Ainda não está fechado. A oferta de cruzeiros caiu demais no País. Mas, em tempos de dólar em alta, (os navios) são forte opção para quem quer viajar, pela relação custo-benefício, principalmente com minicruzeiros (roteiros de curta duração)."
Segundo fonte próxima às negociações da CVC, a operadora deve fechar um acordo neste mês para trazer o navio Sovereign, da Pullmantur. A CVC ficaria responsável pela comercialização das cabines. No Brasil, a CVC oferece opções como minicruzeiro de quatro noites, a bordo do Costa Mediterranea, com partida de Santos, com preços a partir de R$ 1.309,00 mais taxas.
Outra aposta no mercado brasileiro são os cruzeiros internacionais. A operadora tem pacotes com passagem aérea saindo do Rio para roteiros a partir de Miami para três destinos no Caribe, desde R$ 2.856,00 por pessoa. A MSC também tem roteiros com aéreo para Cuba, com preços a partir de R$ 3.929,00.
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