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JC Logística

- Publicada em 02 de Junho de 2016 às 21:07

Governo suspende a participação da JAC Motors no Inovar Auto

Empresa chinesa não cumpriu o acordo e perdeu os benefícios fiscais

Empresa chinesa não cumpriu o acordo e perdeu os benefícios fiscais


ANTONIO SCORZA/AFP/JC
O governo federal decidiu cancelar, na semana passada, a participação da montadora chinesa JAC Motors no Inovar Auto, o programa de incentivo à inovação tecnológica no setor automotivo. A participação no Inovar permite que as empresas recebam um desconto de até 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caso se comprometam com uma série de investimentos no País.
O governo federal decidiu cancelar, na semana passada, a participação da montadora chinesa JAC Motors no Inovar Auto, o programa de incentivo à inovação tecnológica no setor automotivo. A participação no Inovar permite que as empresas recebam um desconto de até 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caso se comprometam com uma série de investimentos no País.
Em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) alegou que a empresa até hoje não cumpriu o cronograma "físico-financeiro" de seu prometido projeto de investimento. O governo afirma ainda que o descumprimento do acordo se manteve mesmo após "inúmeros" contatos.
Conforme a portaria, a empresa chinesa foi notificada com 10 dias de antecedência para que pudesse apresentar elementos que comprovassem a execução do projeto que lhe permitiu a adesão ao programa, o que, segundo o governo, não foi feito.
A JAC Motors, que veio em 2011 para o Brasil com o plano de instalar uma fábrica na Bahia e aproveitar o apetite do brasileiro para comprar carros, anunciou em fevereiro passado a redução do investimento previsto para a construção do empreendimento. O montante previsto caiu de R$ 1 bilhão para R$ 200 milhões.
A redução no valor a ser investido ocorreu porque o governo chinês, inicialmente o principal sócio do negócio, decidiu não investir mais na fábrica. Antes, os chineses eram responsáveis por 66% da JAC no Brasil, enquanto o grupo brasileiro SHC detinha os outros 34%, segundo a assessoria de comunicação da montadora. Nos últimos meses, as duas partes resolveram inverter a composição e a SHC passou a responder por dois terços do valor do projeto.
A assessoria de imprensa da JAC informou que a decisão do governo brasileiro de retirar os benefícios fiscais não interfere nas operações da marca no Brasil. A cota de importação livre dos 30 pontos adicionais de IPI à qual a montadora tem direito, de 4,8 mil unidades este ano, está mantida.
Além disso, a JAC informa que está mantida a previsão de iniciar a operação da fábrica na Bahia no primeiro trimestre do ano que vem. "A aquisição das primeiras máquinas de produção já foi efetuada, com chegada prevista e instalação na nova planta nos próximos meses, bem como a documentação que envolve o novo endereço da fábrica está assinada e devidamente legalizada", diz a empresa.
A opção do governo chinês por abandonar o investimento se deve a uma suposta decepção com as perspectivas do atual mercado brasileiro de veículos. Em 2012, os brasileiros compraram cerca de 3,8 milhões de unidades de veículos e a expectativa da JAC era de que, em 2016, esse volume saltasse para cerca de 5 milhões. Tanto que, no projeto inicial da fábrica, a ideia era de que a produção da montadora tivesse uma capacidade máxima de 100 mil unidades por ano. Agora, com a redução do investimento, a capacidade cairá para 20 mil veículos por ano.
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