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mercado de capitais

- Publicada em 06 de Junho de 2016 às 11:58

Corretoras querem popularizar COE

Investimento que virou um mercado trilionário nos EUA e na Europa, o COE (Certificado de Operação Estruturada) tem começado a atrair a atenção também de brasileiros. No exterior, esses títulos são especialmente populares entre pequenos investidores da classe média, que buscam alternativa aos juros negativos, mas não têm acesso a fundos que exigem aplicações iniciais elevadas. COE é uma sigla genérica para designar um investimento que procura aproveitar um eventual ganho com a alta do dólar ou a recuperação da bolsa, mas sem perder o dinheiro investido em caso de queda. É uma espécie de CDB que combina investimentos em renda fixa e variável, que podem ser moedas estrangeiras, metais preciosos, ações etc.
Investimento que virou um mercado trilionário nos EUA e na Europa, o COE (Certificado de Operação Estruturada) tem começado a atrair a atenção também de brasileiros. No exterior, esses títulos são especialmente populares entre pequenos investidores da classe média, que buscam alternativa aos juros negativos, mas não têm acesso a fundos que exigem aplicações iniciais elevadas. COE é uma sigla genérica para designar um investimento que procura aproveitar um eventual ganho com a alta do dólar ou a recuperação da bolsa, mas sem perder o dinheiro investido em caso de queda. É uma espécie de CDB que combina investimentos em renda fixa e variável, que podem ser moedas estrangeiras, metais preciosos, ações etc.
Na prática, trata-se de um "pacotinho" de aplicações. As condições variam de acordo com a criatividade do banco emissor e de sua sensibilidade para entender o desejo do investidor. Cada certificado criado é único e tem um desenho particular. Alguns dão um percentual da alta do dólar; outros a do ouro ou de uma ação específica, mas garantindo que, na pior das hipóteses, o investidor recebe um determinado valor conhecido no resgate.
A regra principal é deixar claro o que ocorre com o dinheiro em todos os cenários possíveis. Mas há uma pegadinha: se o investidor acertar em cheio a sua aposta (digamos, alta do dólar), ele não se beneficia de toda a valorização. Normalmente, há um limitador de ganho expresso num percentual da variação.
Um banco estrangeiro, por exemplo, limitou o ganho do cliente com o dólar em 24% em um COE de um ano. Se o dólar dobrar no período, a pessoa leva até 24%. Por outro lado, têm garantido que sairá daqui um ano, pelo menos, com o valor aplicado mesmo se a moeda norte-americana se desvalorizar.
Para garantir que o cliente receberá o combinado, o banco aplica o dinheiro do conjunto de investidores em renda fixa e faz um hedge (proteção) para cobrir perdas e ganhos potenciais do grupo. Voltando ao exemplo do investimento com ganho de até 24% da alta do dólar, como a renda fixa brasileira garante hoje um ganho de 14%, o banco terá que "especular" na bolsa aquilo que exceder a isso: os 10% restantes para aqueles que poderão levar 24% se o dólar disparar. Também terá de fazer uma conta capaz de cobrir o mínimo acertado se a moeda derreter.
Os custos, incluindo a remuneração do banco e corretores, estão embutidos no preço COE. Como no CDB, não tem taxa de administração nem de corretagem. O Imposto de Renda pago é sobre o rendimento final, de acordo com a tabela da renda fixa (22,5% a 15%, dependendo do prazo). O risco da operação é o de o banco quebrar e não honrar a aplicação. Não há cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). A aplicação não costuma permitir resgate antes do prazo.
Até fevereiro, apenas os bancos emissores (Bradesco, Santander, Itaú, BB, Safra, ABC, Morgan Stanley, entre outros) vendiam COE, a clientes de alta renda. Agora, as corretoras passaram a distribuí-lo. Na Easynvest, há COE a partir de R$ 10 mil; e, na XP Investimentos, a partir de R$ 15 mil.
No Brasil, 94% dos certificados emitidos saem com o chamado capital protegido, segundo a Cetip, empresa que faz o registro dos certificados. "Conforme o COE se popularizar, acreditamos que vão surgir novos desenhos", disse Fábio Zenaro, gerente executivo de Negócios da Cetip.

ARTE

O QUE É
Certificado de Operação Estruturada permite ao investidor correr menos risco ao aplicar em Bolsa ou dólar
Título de dívida emitido por um banco
Permite ao investidor lucrar com eventuais ganhos na renda variável, commodities e câmbio
 
Vantagem
Investidor conhece o pior cenário de perdas por risco de mercado
 
Desvantagem
Investidor pode não se beneficiar integralmente de um acerto; normalmente os ganhos são limitados a um teto
 
ESTRUTURA
Banco capta recursos e aplica em renda fixa e em derivativos (título de dívida que "deriva" de outro mercado, como Bolsa, moedas, commodities)
 
RISCO
O risco é o de crédito do banco -ou seja, de o banco não honrar a dívida; não há cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos)
 
CUSTO
Remuneração de emissores e distribuidores estão embutidos no título, que não cobra corretagem nem taxa de administração
 
PRAZO
Varia com cada papel estruturado; maioria vai de um a três anos, sendo que não há possibilidade de resgate antecipado
 
ONDE APLICAR
Bancos emissores e corretoras distribuidoras das instituições financeiras
 
VALOR MÍNIMO
A partir de R$ 15 mil
 
EXEMPLOS DE TÍTULOS
 
1) COE 1,4 vez alta do dólar e capital protegido (1 ano)
No vencimento, cliente ganha 1,4 vez a alta do dólar até um máximo de 25,2% (18% de variação vezes 1,4); em caso de queda cliente recebe de volta o capital protegido
 
2) COE 100% alta do ouro (1 ano)
No vencimento, investidor ganha 100% da alta do ouro, limitada a 30% (com exposição cambial). Em caso de queda, cliente recebe de volta o capital investido
 
3) COE 1,2 vez alta do Petróleo WTI (1 ano)
No vencimento, investidor ganha 1,2 vez a alta do Petróleo WTI, limitada a 20% (sem exposição cambial), sendo que o ganho máximo é de 24%. Em caso de queda, cliente recebe de volta o capital investido
 
 
Estoque de certificados, em R$ bilhões
dez/15
jan/16
fev/16
mar/16
abr/16
 
7,696
7,846
8,207
8,466
8,591
 
Fontes: Cetip e XP Investimentos