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Política

- Publicada em 29 de Maio de 2016 às 23:34

Relator pedirá hoje a cassação de Cunha

Eduardo Cunha tem negado todas as acusações no Conselho de Ética

Eduardo Cunha tem negado todas as acusações no Conselho de Ética


ANTONIO CRUZ/ABR/JC
O relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) sobre o processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será apresentado nesta segunda-feira no Conselho de Ética da Câmara. Rogério irá pedir a cassação do mandato do presidente da Câmara afastado.
O relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) sobre o processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será apresentado nesta segunda-feira no Conselho de Ética da Câmara. Rogério irá pedir a cassação do mandato do presidente da Câmara afastado.
O relator irá definir como motivo para a perda do mandato de Cunha a afirmação de que ele mentiu à CPI da Petrobras ao negar, em março de 2015, ter "qualquer tipo" de conta fora do País.
Meses após esse depoimento descobriu-se a existência de dinheiro na Suíça vinculado a Cunha, em contas abastecidas, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), com dinheiro desviado do esquema de corrupção da Petrobras. Rogério avalia ainda, segundo integrantes do Conselho, se irá incluir em seu voto a acusação de recebimento de propina.
Cunha começou a responder ao processo só pela suposta mentira na CPI. No decorrer da investigação, porém, o Conselho recebeu documentos e depoimentos apontando o recebimento de propina.
A dúvida do relator se dá devido à decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), segundo quem a inclusão de novas acusações no decorrer da instrução é motivo de anulação do processo sob o argumento de ofensa ao amplo direito de defesa.
Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal e responde a denúncia, inquéritos e pedidos de abertura de inquérito sob acusação de integrar o petrolão. O peemedebista foi afastado pelo STF sob o argumento de que usava o mandato e o cargo para obstruir a Justiça e o seu processo de cassação.
O deputado nega todas as acusações e diz não ter mentido, já que não seria o titular formal dos R$ 9 milhões bloqueados na Suíça, dinheiro que ele repassou a trusts, instituições que administram bens e direitos de terceiros.
Apesar do anúncio da data da apresentação do relatório final, o cronograma do desfecho do caso ainda é uma incógnita.
Isso porque ele e aliados vão tentar anular o trabalho do Conselho com recursos na Câmara e no Supremo Tribunal Federal. Em ocasiões anteriores, eles já tiveram sucesso, como a troca de relator e a anulação de votação do parecer preliminar. Com isso, o processo contra Cunha se tornou o mais longo da história.
Há sobre a mesa de Maranhão, que é aliado de Cunha e que já deu decisão favorável a ele no processo, recursos para anular parte do trabalho do Conselho sob o argumento da existência de vícios formais.
Caso Maranhão não determine nenhuma reviravolta, a intenção da cúpula do Conselho é iniciar a votação nos primeiros dias de junho. Como haverá pedido de vista do relatório, a votação final no Conselho deve ocorrer só na segunda semana de junho.
A decisão do órgão será submetida ao plenário da Câmara, em votação aberta. Cunha perde o mandato caso votem nesse sentido pelo menos 257 dos seus 512 colegas.
Aliados do peemedebista dizem, porém, que têm maioria no Conselho e que vão trabalhar para aprovar um relatório paralelo ao de Rogério com a aplicação de uma punição mais branda, como uma censura ou suspensão do mandato.
Nesse caso, há ainda uma indefinição jurídica na Câmara se o plenário poderá votar a cassação. Segundo aliados de Cunha, nesse caso cabe ao plenário apenas confirmar a punição mais branda ou decidir não aplicar nenhuma punição.
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