Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 25 de Maio de 2016 às 20:39

Eliseu Padilha afirma que Dilma só volta se houver 'acidente de percurso'

Estadão Conteúdo
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quarta-feira (25), que a presidente afastada, Dilma Rousseff, só voltará a comandar o País se houver um "acidente de percurso" e negou que o novo governo, de Michel Temer, com apenas 13 dias, já enfrente uma crise política. Padilha defendeu o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que foi afastado do Ministério do Planejamento, ao sugerir, em conversa gravada, um pacto para frear a Operação Lava Jato, e observou que um governo com mais de dois terços de apoio "não pode ter medo" de oposição.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quarta-feira (25), que a presidente afastada, Dilma Rousseff, só voltará a comandar o País se houver um "acidente de percurso" e negou que o novo governo, de Michel Temer, com apenas 13 dias, já enfrente uma crise política. Padilha defendeu o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que foi afastado do Ministério do Planejamento, ao sugerir, em conversa gravada, um pacto para frear a Operação Lava Jato, e observou que um governo com mais de dois terços de apoio "não pode ter medo" de oposição.
"A menos que haja um acidente de percurso, fica muito difícil que se tenha retorno da presidente Dilma", afirmou Padilha. Advogado, o chefe da Casa Civil disse que, sob o ponto de vista legal, é "perfeitamente possível" a absolvição da presidente, mas observou que quem fez o movimento pela saída dela não foi o Congresso, mas, sim, as ruas.
Questionado sobre o fato de Dilma dizer que a conversa gravada entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado escancara o "caráter golpista do impeachment", Padilha foi econômico no comentário.
"Tenho muita dificuldade em ver pessoas com boa formação falar em golpe quando o processo é regido pelo Supremo Tribunal Federal e foi aprovado, até o momento, por mais de dois terços do Congresso", disse ele. No diálogo com Machado, ocorrido em março, semanas antes da votação do impeachment na Câmara, Jucá admitiu a necessidade de mudar o governo para "estancar essa sangria", numa referência à Lava Jato.
À pergunta se o governo não temia que a Lava Jato acabasse contaminando a nova administração, o chefe da Casa Civil enfatizou, com um gesto de cabeça, a negativa: "O governo absolutamente não. Nós temos certeza de que o presidente Michel Temer passa ao largo dessa questão da Lava Jato".
Ao ser lembrado de que há, no governo, seis ministros citados em investigações da Polícia Federal, o chefe da Casa Civil reagiu: "Muita calma nessa hora. A menção pura e simples (de nomes) pode não ter nenhum significado. A investigação pode chegar à conclusão de que é o caso de arquivamento."
Padilha não quis comentar gravações feitas por Machado envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e foi lacônico quando lembrado de que a delação de Machado ameaça outros peemedebistas de peso. "Cada dia com sua agonia", disse.
Embora o governo já esteja procurando um substituto para Jucá, que seja afinado com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Padilha não quis antecipar nomes. Cauteloso, disse até mesmo que Jucá pode voltar ao comando do Planejamento, "na medida em que o Ministério Público Federal dê o atestado de que não houve nada censurável" na conversa mantida por ele com o ex-presidente da Transpetro.
Sem esconder a alegria com a vitória do novo governo em seu primeiro teste no Congresso, com a aprovação, na madrugada desta quarta-feira, da revisão da meta fiscal - que elevou a possibilidade de déficit no ano para R$ 170,5 bilhões -, o chefe da Casa Civil afirmou que o governo Temer dará uma "guinada político-administrativa" no País.
Padilha assegurou que a nova gestão fará uma "auditoria" em todos os ministérios e repartições, mas disse que não haverá devassa. "A intenção do governo não é fazer caça às bruxas", insistiu.
O ministro também destacou a necessidade de reformar a Previdência para equilibrar as contas públicas. Ao ser indagado sobre as críticas ao pacote de medidas anunciado na terça-feira - que cria limite para elevação dos gastos públicos e restringe o crescimento para despesas com saúde e educação - disse que é preciso "fazer mais com menos".
Diante da pergunta sobre a possível inconstitucionalidade da medida, Padilha fechou o semblante. "Não há nada inconstitucional. Zero. Eu sou advogado. Isso é discurso de oposição", afirmou ele.
Aos 71 anos, conhecido por montar planilhas "certeiras" sobre votos dos parlamentares, Padilha acertou o placar da Câmara para o impeachment de Dilma. Agora, o ministro - que já foi titular da Aviação Civil no governo Dilma e ajudou Temer na articulação política, no ano passado - está certo de que a oposição ao presidente em exercício não vingará. E como ficam as alianças municipais entre o PT e o PMDB nas eleições deste ano?
"Acho que a votação no plenário, nesta madrugada dá a ideia da possibilidade de aliança. É óbvio que inviabiliza", argumentou Padilha.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO