A CPI que investiga esquema de venda de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) tinha a previsão de ouvir ontem o casal de advogados Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni Marcondes, sócios da Marcondes e Mautoni (M&M) e suspeitos de envolvimento no esquema de venda de Medidas Provisórias. Respaldado por habeas corpus, Mauro disse que se manteria em silêncio. Por motivo de saúde, sua esposa não compareceu. Há suspeitas de que a empresa LFT Marketing Esportivo, do filho do ex-presidente Lula (PT) Luís Cláudio Lula da Silva, teria sido beneficiada a partir da prestação de serviços para a Marcondes & Maltone.
Também ontem, na CPI do Carf, deputados derrubaram a convocação do presidente da Gerdau, André Gerdau, apesar de o empresário ter sido indiciado, na segunda-feira, pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção. A PF estima que a Gerdau tenha tentado sonegar R$ 1,5 bilhão, pagando propina a integrantes do Carf, no qual tinha dois processos. O grupo Gerdau informou que recebeu a informação do indiciamento "com imensa surpresa e repúdio" e sustentou que jamais "prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a funcionários públicos para que recursos em trâmite no Carf fossem ilegalmente julgados em seu favor".
O presidente da CPI do Carf, Pedro Fernandes (PTB-MA), fez uma votação para saber se o pedido de convocação entraria na pauta ontem. A comissão, porém, foi esvaziada e terminou sem quórum. Os deputados Marcus Pestana (PSDB-MG) e Heráclito Fortes (PSB-PI) defenderam que só seja votada a convocação de Gerdau depois de ouvir o delegado da PF responsável pelo indiciamento.