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Política

- Publicada em 15 de Maio de 2016 às 17:40

Após críticas, Temer decide criar Secretaria de Cultura

Adriana Rattes (ao microfone) foi secretária da Cultura do governo do Rio de Janeiro

Adriana Rattes (ao microfone) foi secretária da Cultura do governo do Rio de Janeiro


VÂNIA LARANJEIRA/GOVERNO RJ/DIVULGAÇÃO/JC
Diante da revolta da classe artística e das críticas pela ausência de mulheres no primeiro escalão do governo, o presidente interino Michel Temer (PMDB) decidiu criar uma Secretaria Nacional de Cultura, ligada diretamente à presidência da República, e avalia nomes de mulheres para ocupá-la. Interlocutores de Temer explicam, entretanto, que ele não está voltando atrás na disposição de enxugar o número de ministérios, já que a secretaria não terá status de ministério. Uma das cotadas para o cargo é a ex-secretária de Cultura do estado do Rio de Janeiro no governo Sérgio Cabral, Adriana Rattes, ligada ao PMDB fluminense.
Diante da revolta da classe artística e das críticas pela ausência de mulheres no primeiro escalão do governo, o presidente interino Michel Temer (PMDB) decidiu criar uma Secretaria Nacional de Cultura, ligada diretamente à presidência da República, e avalia nomes de mulheres para ocupá-la. Interlocutores de Temer explicam, entretanto, que ele não está voltando atrás na disposição de enxugar o número de ministérios, já que a secretaria não terá status de ministério. Uma das cotadas para o cargo é a ex-secretária de Cultura do estado do Rio de Janeiro no governo Sérgio Cabral, Adriana Rattes, ligada ao PMDB fluminense.
Extinto na quinta-feira, o Ministério da Cultura (MinC) foi aglutinado à pasta da Educação, sob o comando de Mendonça Filho, da cota do DEM. Mas uma reação fortíssima da classe artística fez Temer recuar da junção das duas áreas, já formalizada em medida provisória. O temor dos artistas e demais militantes do setor cultural é de que as políticas do setor fiquem em segundo plano na pasta da Educação.
O ator Stepan Nercessian havia sido sondado para assumir a área, mas foi preterido pela necessidade do governo de mostrar uma Esplanada com representatividade feminina. Um dos nomes ventilados, Adriana Rattes foi a secretária estadual de Cultura do Rio que ficou mais tempo no cargo, de 2007 a 2014. É uma das fundadoras do Grupo Estação, rede de cinemas de arte no Rio. Como secretária, enfrentou reações por defender as organizações sociais para gerir órgãos ligados à pasta.
Interlocutores do governo Temer argumentaram que o arranjo não é novo no Brasil, que Educação e Cultura estavam na mesma pasta até a criação do MinC. Não convenceram. O ministro Mendonça Filho foi hostilizado ao se apresentar aos servidores do ministério na sexta-feira. Manifestantes o chamaram de "golpista" e reivindicaram a recriação do ministério. A pressão também veio de artistas famosos. Uma carta aberta foi divulgada pela Associação Procure Saber, formada por músicos como Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan e Marisa Monte, e pelo Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP), que reúne Sérgio Ricardo, Ivan Lins, Frejat, entre outros.
"Entre as grandes conquistas da identidade democrática brasileira está a criação do Ministério da Cultura, em março de 1985, pelo então presidente José Sarney (PMDB)", diz o texto conjunto das duas associações.
Ao se apresentar aos servidores, na sexta-feira, sob vaias e gritos de protesto, Mendonça falou que as fundações ligadas à pasta extinta estariam preservadas. Ele citou-as nominalmente: Fundação Cultural Palmares, Fundação Nacional de Artes (Funarte), Casa de Rui Barbosa, Biblioteca Nacional, Agência Nacional do Cinema (Ancine), Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
O novo ministro da Educação também havia dito que não seriam descontinuadas "as secretarias nacionais que cuidam das duas grandes áreas de incentivo", citando a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual. A declaração gerou desconfiança de que outras secretarias pudessem ser extintas.
Mendonça afirmou que não havia nenhuma extinção de secretaria em estudo. Agora, as dúvidas sobre o futuro da política nacional na área cultural terão de ser respondidas pelo novo órgão que o governo vai criar.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, criticou, neste sábado, o presidente interino por ter nomeado para seu ministério investigados na Operação Lava Jato. Entre os 23 novos ministros, há dois investigados - Henrique Alves (Turismo) e Romero Jucá (Planejamento) - e sete citados na força-tarefa da operação. "Faço o alerta de que a nomeação de investigados contraria os anseios da sociedade e não deveria ser feita", afirmou o presidente da OAB.
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