O senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG) lembrou o avô Tancredo Neves e temas da campanha presidencial de 2014 ao defender a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Aécio foi o 24º senador a falar na sessão, segundo após a retomada dois trabalhos na terceira etapa da sessão no Senado. O placar aponta 21 a favor do processo e quatro contrários por volta das 20h.
Também aumentou o número de parlamentares que vão discursar, de 68 a 70. Romero Jucá (PMDB-RR), cotado para ser ministro do Planejamento em um eventual de Michel Temer, e Edison Lobão (PMDB-MA).
O mineiro listou os problemas da economia, como a intensificação da recessão, e associou a questão fiscal (foco do processo) a problemas que se aceleraram nos anos recentes, como desemprego, queda da renda, de investimentos e cortes em programas sociais. "Nada começou agora. Na eleição, quando falávamos em queda do PIB, éramos acusados de derrotistas e pessimistas", citou Aécio, sobre como teria sido taxado pela presidente.
O tucano lembrou que esta quinta-feira (dia seguinte à sessão) deve ser 'diferente'. De Tancredo Neves, o presidente nacional do PSDB atribuiu a frase. "Este é o momento alto da história, em que nos orgulhamos de pertencer a um povo que não se abate, afasta o medo." Aécio pregou que o País, 'sem ódio e rancores', possa tomar as medidas necessárias para "brasileiros resgatarem o que é mais valioso, que é a esperança e capacidade de sonhar com um futuro melhor".
Ao abrir sua fala de 15 minutos, Aécio frisou que a sessão não julgaria "uma pessoa". "Não é para votar a favor ou contra um partido, mas para cumprir com o dever constitucional de analisar a admissibilidade contra a senhora presidente." Depois destacou a aprovação dos deputados e ainda teceu elogios ao relatório sobre o processo do senador e colega de partido, Antonio Anastasia (PSDB-MG).
O ex-adversário de Dilma, em 2014, atribuiu à pressão das ruas o andamento e atual estágio do processo. "Foi o povo brasileiro que influenciou os parlamentares."
Também foi enfático ao traduzir o impacto das chamadas pedaladas fiscais, que pode ser verificado, segundo ele, na vida cotidiana. O senador apontou que o desequilíbrio das finanças gerou instabilidade no País, pior nível de investimento e florescimento do desemprego. "Foi o descontrole da economia pela atual presidente que levou a dois anos seguidos de queda do PIB na era da República e a maior inflação desde 2002."