Integrantes do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cobraram, na tarde de ontem, celeridade na apreciação do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Diante da rapidez com que o Senado vem tratando o processo disciplinar do senador Delcídio Amaral (ex-PT), os parlamentares temem que o caso do peemedebista só chegue ao plenário no segundo semestre.
Um dos deputados a apelar para a celeridade foi Betinho Gomes (PSDB). Para o tucano, Cunha tenta esticar o processo para concluir seu mandato como presidente da Casa e não ser julgado. "Nós estamos ainda aqui nessa peleja, ouvindo testemunhas para produzir relatório e votar quiçá no primeiro semestre. É um descaso com a opinião pública sem precedentes", reclamou. "Eduardo Cunha termina o semestre como o campeão dos políticos envolvidos na Lava Jato. E, lá na Suíça, tem processo. Quero ver se ele aceita uma passagem para a Suíça. Se ele for para Suíça, será preso. Lá ele não é parlamentar", provocou Júlio Delgado (PSB).
O vice-presidente do conselho, deputado Sandro Alex (PSD), também pediu que os trabalhos fossem apressados. "A sociedade já não pede, clama urgência na aprovação deste caso", afirmou.
O líder do P-Sol, deputado Ivan Valente, lembrou que o processo se estende por seis meses sem que haja sequer a votação de um relatório pela cassação e apontou o risco de o caso não ser julgado antes de julho, quando acontece o recesso parlamentar. Valente pediu que o colegiado insista no depoimento de Cunha até o dia 19, término da fase de instrução do processo.