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Crise Política

- Publicada em 01 de Maio de 2016 às 21:52

Dilma anuncia reajustes em ato da CUT

Dilma Rousseff participou de ato organizado no Dia do Trabalho

Dilma Rousseff participou de ato organizado no Dia do Trabalho


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
No ato organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) para o Dia do Trabalho, neste domingo, a presidente Dilma Rousseff divulgou o reajuste do Bolsa Família e a correção na tabela do Imposto de Renda, além de criticar a oposição e dizer que o PT sofreu ameaça do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
No ato organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) para o Dia do Trabalho, neste domingo, a presidente Dilma Rousseff divulgou o reajuste do Bolsa Família e a correção na tabela do Imposto de Renda, além de criticar a oposição e dizer que o PT sofreu ameaça do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Como esperado, a presidente anuncio o reajuste do Bolsa Família. "Estamos atualizando um reajuste no Bolsa Família que vai resultar em um aumento de 9% para as famílias", declarou a presidente da República durante seu discurso. "A proposta não nasceu hoje, estava prevista desde agosto de 2015, quando enviamos o orçamento para o Congresso", acrescentou.
"Tudo isso sem comprometer o cenário fiscal que eles gostam tanto de dizer que estamos comprometendo", desafiou, referindo-se às críticas frequentes da oposição de seu governo. Apesar do anúncio, a área econômica de sua gestão foi contrária ao ajuste.
A petista anunciou também uma proposta de correção de 5% na tabela do Imposto de Renda a vigorar a partir do ano que vem. No discurso da presidente, Eduardo Cunha (presidente da Câmara, PMDB-RJ) foi o único político criticado nominalmente. O vice-presidente Michel Temer (PMDB), que já está montando sua equipe ministerial, apareceu apenas em referências, sem ter seu nome explicitamente mencionado.
Dilma narrou a negociação com Cunha, réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção e lavagem de dinheiro, que queria se livrar da cassação de seu mandato: "Ele quer se ver livre do seu processo de cassação".
O peemedebista ameaçou aceitar o processo de impeachment caso os três deputados petistas que pertencem à Comissão de Ética da Câmara não ajudassem a barrar o processo contra ele. Dilma explicou que foi assim que a ação de impeachment começou a tramitar, acrescentando que até o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso chamou a ação de Cunha de "ameaça".
A petista também criticou a oposição, que, segundo ela, se mobiliza contra seu mandato desde que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) perdeu o segundo turno das eleições presidenciais para ela. "Como perderam a eleição, eles se aliaram a traidores do nosso lado para fazer um golpe por eleição indireta", falou.
A presidente também responsabilizou Cunha e a oposição por agravar a situação do Brasil. "Cunha levou à frente uma política de quanto pior, melhor", criticou. "Não aprovavam nenhuma das reformas, não aprovavam nenhum dos necessários aumentos de receita. Apostavam sempre contra o povo brasileiro", acrescentou Dilma.
Segundo Dilma, Cunha e os opositores "são responsáveis pela economia brasileira estar passando por uma grande crise".

Lula cancela sua presença no evento

Confirmado para discursar no palco da CUT (Central Única dos Trabalhadores), neste domingo em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou, na última hora, a sua participação no evento do Dia do Trabalho.
Sob pressão da família, preocupada com o seu desgaste físico, o líder petista ligou para a presidente Dilma Rousseff e informou, por telefone, que recebeu recomendação médica para não comparecer.
Rouco, ele disse à sua sucessora que estava "muito cansado" e que preferia preservar a voz para eventos nos próximos dias contra o impeachment, programados para todo o País pela Frente Brasil Popular, formada por movimentos de esquerda.
No telefonema, Lula disse a Dilma que precisa se cuidar, mas garantiu que estará ao lado dela nesta semana, véspera da análise pelo plenário do Senado da admissibilidade do pedido de impeachment, que poderá afastar a petista do cargo por até 180 dias.
A ausência do petista no evento deste domingo, contudo, não foi bem vista por auxiliares e assessores da presidente, segundo os quais passa a mensagem de que Lula estaria abandonando a sua sucessora no Palácio do Planalto.

Para Paulinho e Marta, a presidente age com desespero

 Ato da Força Sindical vaiou a ex-petista MartaSuplicy

Ato da Força Sindical vaiou a ex-petista MartaSuplicy


TASSO MARCELO/AFP/JC
No ato da Força Sindical, em São Paulo, que reuniu artistas e políticos da oposição, neste domingo, o presidente da entidade e deputado federal pelo Solidariedade, Paulinho da Força, criticou o "pacote de bondades" que a presidente Dilma Rousseff vai anunciar em São Paulo. Segundo ele, é um ato mais de desespero e vingança do que uma medida para beneficiar a população.
"Ela (Dilma) já não consegue mobilizar mais ninguém. O povo já não acredita mais nela. Isso parece mais uma vingança por tudo o que está acontecendo com ela do que qualquer outra coisa. Isso que é triste", disse Paulinho.
O deputado disse, ainda, que o reajuste na tabela do Imposto de Renda (IR) deveria ser de 72%, e não de 5%, como o estimado. "A defasagem na tabela é de 72%. Por isso, acreditamos que essa medida não passa de uma vingança."
A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) também criticou o anúncio do pacote de Dilma. Ela disse que as medidas anunciadas pela presidente mostram o total desespero do atual governo. Segundo ela, esse aumento no benefício deveria ser conversado com a próxima gestão, o que seria normal em uma transição.
"O reajuste pode ser feito, está previsto no orçamento, mas não deve ser feito no desespero, ou para deixar uma marca. Mostra a postura do governo em atrapalhar a transição. É realmente um ato de desespero", disse Marta. Aécio Neves e Marina Silva criticam o desemprego no governo Dilma.

'Presidente insiste na propaganda enganosa', critica Moreira Franco

O aliado e provável assessor especial de Michel Temer em um eventual governo interino, Moreira Franco, rebateu, neste domingo, as acusações da presidente Dilma Rousseff de que uma gestão do peemedebista acabaria com programas sociais e traria retrocessos em direitos trabalhistas.
Em mensagem nas redes sociais, Franco disse que a petista "insiste na manipulação e na propaganda enganosa". Segundo ele, a proposta "Travessia Social", programa de governo elaborado pelo vice-presidente, ressalta que o Bolsa Família seria mantido para todos e melhorado "para os 5% mais pobres".
Em discurso no palco da CUT, a presidente disse que o vice-presidente poderá cortar vagas do Bolsa Família, que desvinculará benefícios previdenciários do reajuste do salário-mínimo e que privatizará setores importantes da economia.