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Opinião

- Publicada em 23 de Maio de 2016 às 17:04

O peixe grande

Num longínquo lugar do universo, existe um país denominado Futuro. É um território maravilhoso, onde a natureza, de tão pródiga, esbanja fartura em profusão. E o único lugar onde qualquer mortal, em suas vastas florestas, ao estenderem as mãos, logo as vê pletóricas de saborosos frutos. Mas esse lugar, conhecido como o país do carnaval, do futebol e dos milagres, não logrou conceder as graças a todos os que lá habitam. É que os mais deliciosos frutos levados por aziago destino caem nas mãos de um reduzido bando de salteadores, que os arrebanham para suas já transbordantes algibeiras. Esse país, onde a cultura da desonestidade mora, não logrou a ventura de doar a felicidade aos seus filhos, nem bom caráter aos políticos.
Num longínquo lugar do universo, existe um país denominado Futuro. É um território maravilhoso, onde a natureza, de tão pródiga, esbanja fartura em profusão. E o único lugar onde qualquer mortal, em suas vastas florestas, ao estenderem as mãos, logo as vê pletóricas de saborosos frutos. Mas esse lugar, conhecido como o país do carnaval, do futebol e dos milagres, não logrou conceder as graças a todos os que lá habitam. É que os mais deliciosos frutos levados por aziago destino caem nas mãos de um reduzido bando de salteadores, que os arrebanham para suas já transbordantes algibeiras. Esse país, onde a cultura da desonestidade mora, não logrou a ventura de doar a felicidade aos seus filhos, nem bom caráter aos políticos.
Lá, tudo é grande, até descomunal. Existe um lago com iguais proporções que abriga um peixe de análogas dimensões, com dentes afiados e tudo o mais que o preserve de ataques. O dono das águas tem escamas com têmpera de aço e é protegido por uma couraça e escamas destinadas a impedir o transpasse dos arpões; uma boca sempre aberta destinada a abocanhar pequenos peixes que, iludidos e trapaceados, terminam famintos e desamparados. Ao contrário de outros exemplares da espécie, que se conservam silenciosos e quietos, o "nosso", ao contrário, emite sons, anunciando, assim, a presença de iguarias e, com isso, arregimenta cardumes de outros peixes que seguem a trilha. É tão ladino que dificilmente cai no anzol. Domina como nenhum outro a capacidade de enganar, de tapear, de ocultar e mimetizar-se com as algas marinhas. Ele ri e zomba dos pescadores que, horas incontáveis, permanecem com a vara pesqueira na mão, frustrados diante da sua aptidão de subtrair a isca e deixar incólume o anzol. Mas, como tudo na vida, o destino e a sorte mudam num piscar de olhos - o que ocorreu com ele. Foi assim que a sorte, como circunstância do acaso, fez com que 513 exímios pescadores, munidos de moderníssimos apetrechos pesqueiros, ao darem cabo do lendário peixe, conquistassem o tão desejado troféu.
Jornalista e psicanalista
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