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Opinião

- Publicada em 16 de Maio de 2016 às 15:51

Confissões extemporâneas

O juízo permanente dos efeitos do transcurso do tempo sempre pautou minha visão de mundo. Parto da ideia de que somos seres em constante evolução, assim como é a nossa própria história brasileira, construída por homens e mulheres, imperfeitos por essência. Nestes meus intensos quase 40 anos de vida, exata data de falecimento de meu avô João Goulart, ouvi algumas vezes, sempre com muita atenção, por respeito ao tempo, ensinamentos tais como "O mundo dá voltas", ou então, "Nada como um dia após o outro".
O juízo permanente dos efeitos do transcurso do tempo sempre pautou minha visão de mundo. Parto da ideia de que somos seres em constante evolução, assim como é a nossa própria história brasileira, construída por homens e mulheres, imperfeitos por essência. Nestes meus intensos quase 40 anos de vida, exata data de falecimento de meu avô João Goulart, ouvi algumas vezes, sempre com muita atenção, por respeito ao tempo, ensinamentos tais como "O mundo dá voltas", ou então, "Nada como um dia após o outro".
Sob o título "Não vai ter golpe", artigo publicado em jornal de grande circulação no Rio Grande do Sul, em 6 de maio de 2016, trouxe-me uma instigante reflexão, que ora compartilho. No texto, reverberando os malfadados argumentos da linhagem golpista de estilo "Carlos Lacerda", o autor procura justificar a legalidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), diferentemente daquele que afastou o presidente da República em abril de 1964. Ou seja, segundo ele, lá foi golpe!
Ao que tudo indica, a tese alegada da famosa "Redentora" ou "Revolução que salvou o Brasil do comunismo", propagada durante 21 anos de ditadura militar, começa a cair por terra, como fonte de inspiração para diferenciar os procedimentos de 1964 e 2016. A mentira de perna nem tão curta, do efeito da declaração de vacância do presidente daquele Congresso, senador Auro de Moura Andrade, com respaldo do STF, é desmascarada por confissões extemporâneas.
Curiosas também são as explicações para deposição de presidentes, que o tempo apresenta. Afinal de contas, Jango avançou demais com "um plano desconexo de reformas de base".
Quebrar paradigmas, subverter uma ordem social, política e econômica que beneficia apenas às elites dominantes, combater a concentração de renda, nunca será bem visto pela burguesia. Não passou naquele Congresso. Não passaria no Congresso de hoje. Realmente, nestes tempos de crise, descobrimos coisas interessantes. O que ontem um dia foi chamado Revolução de 64, passou hoje a ser golpe de Estado(!), aos olhos dos democratas que depõem uma chefe de Estado eleita democraticamente pela maioria do povo brasileiro. E amanhã, com o transcorrer dos tempos, qual será a nova definição de ocasião?
Advogado, primeiro suplente de senador (PDT)
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