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Internacional

- Publicada em 30 de Maio de 2016 às 14:51

Ex-ditador é condenado por crimes de guerra

Habré, hoje com 73 anos, deve cumprir prisão perpétua

Habré, hoje com 73 anos, deve cumprir prisão perpétua


SEYLLOU
Um tribunal do Senegal condenou o ex-ditador Hissène Habré, do Chade, por tortura, crimes de guerra e contra a humanidade, em um caso considerado um marco. Habré, de 73 anos e aparência frágil, deve agora cumprir prisão perpétua.
Um tribunal do Senegal condenou o ex-ditador Hissène Habré, do Chade, por tortura, crimes de guerra e contra a humanidade, em um caso considerado um marco. Habré, de 73 anos e aparência frágil, deve agora cumprir prisão perpétua.
Habré orquestrou a morte e a tortura de milhares de prisioneiros políticos, além de ter cometido estupro durante seu regime, entre 1982 e 1990, no empobrecido país desértico, disse o juiz Gberdao Gustave Kam, que comandou o caso. "Ele criou e manteve um ambiente de total impunidade", afirmou o juiz senegalês, antes de ler o veredicto.
Enquanto o ex-líder era sentenciado, várias das supostas vítimas começaram a comemorar e dançar no entorno do tribunal. O caso é o primeiro de crimes de guerra concluído envolvendo um líder africano julgado em outro país do continente.
Habré disse ser inocente. Os advogados dele, que podem apelar dentro de 15 dias, afirmavam que não havia como comprovar o vínculo entre ele e as 40 mil mortes e os 200 mil casos de tortura que teria organizado diretamente. Habré foi um aliado dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Forças dos EUA treinaram as tropas do Chade e ajudaram a comprar picapes usadas para derrotar inimigos.
Em 1990, ele fugiu após um golpe liderado por seu ex-assessor militar Idris Deby. Vinte e seis anos depois, Deby ainda é o presidente do país e um aliado próximo da França. Habré se estabeleceu em Dacar, perto de uma praia, e dois governos senegaleses haviam se recusado a extraditá-lo. A situação mudou em 2012, quando foi eleito o atual presidente de Senegal, Macky Sall. Ex-premiê, Sall jurou levar adiante as acusações contra o ditador. Dias antes de uma visita do presidente dos EUA, Barack Obama, em 2013, o governo senegalês impulsionou o processo.
 
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